Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os aspectos que caracterizam o diagnóstico da doença de Huntington (DHdoença de Huntington);
- reconhecer os sinais e sintomas clínicos da DHdoença de Huntington;
- interpretar o teste molecular da mutação da DHdoença de Huntington;
- discutir os avanços terapêuticos e as perspectivas de novas terapias para a DHdoença de Huntington.
Esquema conceitual
Introdução
A DHdoença de Huntington é uma doença neurodegenerativa de origem genética causada por um defeito que gera a expansão anormal do trinucleotídeo citosina–adenina–guanina (CAG) no braço curto do cromossomo 4. Esse gene codifica a proteína huntingtina (HTT), apresentando-se clinicamente com alterações motoras, comportamentais e cognitivas, gerando incapacidades progressivas até a morte.
Os sintomas iniciais da DHdoença de Huntington são insidiosos. A idade média de início é em torno dos 40 anos, porém a doença pode se manifestar em qualquer época da vida. Quando começa antes dos 20 anos de idade, é chamada de forma juvenil da DHdoença de Huntington ou variante de Westphal, mas essa apresentação corresponde a apenas 10% dos casos. Na idade adulta, a coreia e outras hipercinesias são os sintomas motores mais comuns no início, enquanto na variante juvenil o parkinsonismo é a manifestação preponderante.
Há grande variabilidade na prevalência da DHdoença de Huntington. Apesar de ter distribuição mundial e atingir todas as etnias, a doença é mais comum em indivíduos brancos. Até o momento, não existem terapias eficazes para retardar o aparecimento dos sintomas ou modificar o implacável curso progressivo da DHdoença de Huntington. Entretanto, há a perspectiva de que, em um futuro próximo, surjam terapias capazes de alterar o curso clínico da condição.
Neste capítulo, serão discutidos os aspectos gerais da DHdoença de Huntington, incluindo clínica, tratamento atual e perspectivas futuras nesse sentido.