Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

• caracterizar e classificar a insônia quanto a sintomas, etiologia e duração;
• reconhecer a neurobiologia e os critérios diagnósticos da insônia em crianças e adultos;
• discutir o tratamento não farmacológico e farmacológico da insônia;
• reconhecer as especificidades do tratamento da insônia na criança, no adulto e durante a gestação e a amamentação.

Esquema conceitual

Introdução

Videoaula sobre o capítulo

Segundo Chaudhury e colaboradores, a insônia foi o primeiro transtorno psicossomático descrito em 1818 por Johann Heinroth.¹ Sintomas de insônia ocorrem em aproximadamente 33 a 50% da população adulta. Como doença crônica, essa condição representa o distúrbio do sono mais prevalente na população em geral, afetando de 6 a 20% e 10 a 20% da população adulta e pediátrica, respectivamente.^1–4

A visão contemporânea conceitua a insônia crônica como distúrbio 24 horas, com sintomas que se relacionam à funcionalidade e nela interferem nas 24 horas do dia, envolvendo estado de hiperexcitação cognitiva. Geralmente, a condição resulta de uma interação de fatores biológicos, físicos, psicológicos e ambientais.^1,3

Embora a insônia aguda possa afetar qualquer pessoa, a insônia crônica parece ocorrer apenas em um subgrupo de pessoas que podem apresentar predisposição subjacente. Subgrupos de crianças que sofrem de doenças crônicas ou comprometimentos no desenvolvimento neurológico têm prevalência maior de sintomas de insônia.^1,3

A insônia crônica apresenta maior incidência entre as mulheres e aumenta com o envelhecimento, comprometendo a saúde em geral, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente e, muitas vezes, de sua família, prejudicando as atividades de aprendizado, laborais e sociais, bem como gerando altos custos pessoais, sociais e econômicos, o que a torna situação clínica de alta relevância para demanda de cuidados.^1,2,4