Introdução
A Associação Internacional para o Estudo da Dor define dor como uma experiência emocional e sensorial subjetiva e desagradável associada à real ou potencial lesão tecidual, ou descrita em termos de tal lesão.1 De acordo com uma proposta mais atual sobre a descrição de dor, ela pode ser entendida como uma experiência somática mutuamente reconhecível, que reflete a apreensão de uma pessoa de ameaça à sua integridade física ou existencial.2
A definição de dor de McCaffery,3 como “seja lá o que for que a pessoa que a experimente diz que é”, foi verdadeiramente revolucionária para a Enfermagem por conta de sua capacidade de conferir credibilidade à experiência de dor do paciente.
A dor tem sido considerada um enorme problema global.4 Estimativas sugerem que, mundialmente, 20% dos adultos sofrem de dor e 10% são diagnosticados com dor crônica a cada ano.4 Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 100 milhões de pessoas sofrem de dor, incluindo dor aguda, oncológica e não oncológica persistente.5
Tais estatísticas alarmantes sobre a “epidemia da dor” não são novas e têm sido um foco importante nos cuidados de saúde há décadas. Assim, a avaliação e o gerenciamento da dor podem ser desafiadores, de modo que se faz necessário o desenvolvimento de um corpo de conhecimentos específicos relacionados a essa temática.6
A base do manejo seguro e eficaz da dor consiste em uma avaliação individualizada e abrangente desse sintoma, o que inclui, mas não se limita a determinar, a sua intensidade, caso o paciente seja capaz de relatá-la.7 A capacidade de discriminar entre vários aspectos da experiência da dor e tratá-los adequadamente é fundamental para o cuidado especializado de Enfermagem.6
Assim, os enfermeiros precisam aprofundar seus conhecimentos sobre os vários aspectos da Enfermagem no gerenciamento da dor, visto que esses profissionais desempenham um papel vital no seu manejo.5
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever as teorias de enfermagem relacionadas ao manejo da dor;
- entender os principais sistemas de classificação da dor;
- identificar os aspectos introdutórios relacionados à fisiologia da dor;
- estabelecer um plano de atendimento direcionado ao diagnóstico de dor aguda (NANDA International, Inc. [NANDA-I]), conforme as cinco etapas do Processo de Enfermagem (PEprocesso de enfermagem).
Esquema conceitual