Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os fatores envolvidos na gênese da dor anterior dos joelhos e da dor patelofemoral;
- entender as altas prevalências e incidências da dor anterior dos joelhos com base nos fundamentos anatômicos e biomecânicos da articulação;
- individualizar o tratamento da dor patelofemoral com base nos elementos clínicos particulares de cada indivíduo;
- compreender as diversas modalidades terapêuticas disponíveis para o tratamento da síndrome dolorosa patelofemoral.
Esquema conceitual
Introdução
A articulação patelofemoral é uma das mais complexas do aparelho locomotor sob o ponto de vista biomecânico.1 A patela tem importante função no aumento da eficiência mecânica do quadríceps e sofre influência de vetores desse potente músculo nos três planos do movimento (frontal, sagital e coronal), variando a cada grau de flexão ou extensão do joelho.
Ela atua de modo semelhante a uma polia na transmissão de carga, como facilitadora do movimento. Para o bom funcionamento do aparelho extensor, é indispensável que a patela se mantenha estável em todo o arco de movimentos, e isso é possível pela ação de estruturas estáticas — como o arcabouço da tróclea e os ligamentos — e dinâmicas (musculatura).
Alterações anatômicas específicas nos tecidos que compõem a articulação patelofemoral (retináculos, cápsula articular, ligamentos, cartilagem, osso subcondral e músculos), de grupamentos musculares que controlam outras articulações adjacentes e disfunções biomecânicas são potenciais causadores de dor na região anterior do joelho, seja por instabilidade ou sobrecarga. O entendimento da anatomia e da biomecânica do mecanismo extensor é determinante na escolha do melhor tratamento, sempre em busca de restaurar a homeostase articular e controlar a dor.