Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever os detalhes pertinentes à anatomia do ligamento cruzado posterior;
- listar as particularidades da biomecânica do ligamento cruzado posterior;
- identificar as lesões do ligamento através do exame clínico e complementares;
- descrever os tipos de tratamentos e suas diferentes técnicas;
- indicar potenciais complicações.
Esquema conceitual
Introdução
O ligamento cruzado posterior (LCP) é o maior e mais forte ligamento do joelho, além de ser o estabilizador posterior primário. Estudos recentes de anatomia e biomecânica proporcionaram uma melhor compreensão da função do LCP. As rupturas desse ligamento representam 3% das lesões ambulatoriais do joelho e 38% das hemartroses traumáticas agudas do joelho.1 Tais lesões raramente ocorrem de forma isolada; até 95% das rupturas do LCP ocorrem em combinação com outras rupturas ligamentares.1
Com mais pessoas participando de atividades esportivas, essas lesões aumentarão potencialmente no futuro. As rupturas do LCP estão sendo cada vez mais reconhecidas como fonte de morbidade por gerarem instabilidade persistente, dor, função prejudicada e desenvolvimento de doença articular degenerativa.2,3
Nos últimos anos, com o avanço do entendimento da anatomia e da biomecânica do LCP, as técnicas cirúrgicas e os protocolos de reabilitação para o tratamento foram aperfeiçoados. No entanto, ainda existem controvérsias sobre as decisões de tratamento não operatório versus operatório e quanto à técnica cirúrgica ideal. A heterogeneidade dessas lesões pode dificultar a comparação de resultados entre estudos na literatura. Além disso, estudos com seguimento de longo prazo ainda são escassos.1–3