- Introdução
A ecocardiografia transtorácica realizada à beira do leito é um instrumento útil no manejo de pacientes instáveis hemodinamicamente que dão entrada nos serviços de emergência. Nesse cenário, deve-se realizar um exame ecocardiográfico dirigido, visando avaliar, de forma rápida, a anatomia e a função cardíacas. A pronta identificação da fisiopatologia do comprometimento hemodinâmico é crucial para aumentar a sobrevida dos pacientes em choque admitidos nos prontos-socorros.
A ecocardiografia realizada pelo emergencista segue os mesmos princípios da ultrassonografia (USGultrassonografia) point of care, cuja proposta é tornar-se uma extensão do exame físico, procurando dar respostas para problemas clínicos imediatos, geralmente de maneira dicotômica (sim ou não), sem o atraso e o potencial risco de transportar pacientes instáveis para outras áreas hospitalares, podendo ser repetida sempre que necessário. Nessa modalidade de exame ultrassonográfico, são de responsabilidade do médico emergencista:
- a aquisição da imagem;
- a interpretação da imagem;
- a aplicação dos resultados ao problema clínico.
O objetivo deste artigo, com foco na atuação do médico emergencista, é exibir as janelas ecocardiográficas básicas e possibilitar a identificação das principais anormalidades hemodinâmicas:
- hipovolemia;
- cor pulmonale agudo;
- tamponamento cardíaco;
- disfunção do ventrículo esquerdo (VEventrículo esquerdo).
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar as diferentes janelas ecocardiográficas;
- diferenciar os métodos e as técnicas de cada janela ecocardiográfica;
- interpretar os sinais ecocardiográficos de fluido-responsividade, de cor pulmonale agudo, de derrame pericárdico e de disfunção sistólica do VEventrículo esquerdo.
- Esquema conceitual