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EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA REANIMAÇÃO NEONATAL: A SIMULAÇÃO CLÍNICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

Cibelle Nayara Sena dos Santos

Sheila Coelho Ramalho Vasconcelos Morais

Nycarla de Araújo Bezerra

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir a educação interprofissional (EIP);
  • refletir sobre a formação interprofissional para prática assistencial;
  • identificar a estratégia de ensino por simulação clínica para formação interprofissional na reanimação neonatal.

Esquema conceitual

Introdução

A EIP apresenta-se como a principal estratégia para formar profissionais que se tornem aptos para atuar em equipe e adquirir prática essencial para a integralidade no cuidado em saúde.1

Parte-se dos pressupostos do entendimento sobre a EIP, com ênfase nos conceitos essenciais relacionados à educação e à saúde em uma perspectiva dialógica, crítica, portanto, intimamente comprometida com a construção de conhecimentos e com a renovação dos modos de cuidar. Já a saúde, é entendida como uma concepção sócio-histórico-cultural, enfatizando a integralidade do cuidado, em que a equipe de saúde atua em uma perspectiva (multi)interdisciplinar.1

Uma das propostas para melhorar a formação dos profissionais de saúde e a prática profissional é a EIP, que vem sendo discutida nos últimos 30 anos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, com o intuito de estimular o aprimoramento do cuidado em saúde por meio do trabalho de equipe. Essa prática tem sido estimulada desde 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelos profissionais de diferentes áreas, com enfoque na integralidade da saúde em todos os níveis da rede de serviços de saúde.2,3

Na atualidade, metodologias ativas e inovadoras de ensino são necessárias, principalmente durante a formação de profissionais da saúde em diferentes contextos de assistência clínica, em especial, no âmbito do cuidado neonatal. Por isso, destaca-se, neste capítulo, a simulação clínica no cenário da unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).

A simulação oportuniza o treinamento e a aquisição de habilidades em um ambiente seguro, que permite o erro, porém sem comprometer a segurança do paciente.3 É uma metodologia dinâmica, que envolve a criação de oportunidades hipotéticas, incorporando uma reprodução autêntica da realidade, para facilitar a interligação entre prática e teoria com a conveniência da repetição, do feedback, da avaliação e da reflexão.4 Tem sido utilizada para a formação, o treinamento dos profissionais e o desenvolvimento de habilidades técnicas.1,2

A exemplo dos cuidados na unidade de terapia intensiva (UTI), a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em recém-nascidos (RNs), quando realizada de maneira inadequada, pode ocasionar óbito neonatal ou deixar possíveis sequelas. Essa reanimação necessita de treinamento profissional eficaz, com neonatologista/pediatra e profissionais de enfermagem especialistas e capacitados.5

Sendo assim, a simulação clínica destaca-se como metodologia ativa, que oportuniza o desenvolvimento de habilidades técnicas, de comunicação e comportamentais, a partir da observação crítica do trabalho em equipe e do exercício na tomada de decisão clínica, seja diagnóstica ou terapêutica.1

A simulação clínica permite alcançar um atributo educacional importante no aperfeiçoamento do desempenho e a possibilidade de interface entre conteúdos e temas geralmente fragmentados em diferentes disciplinas. Por permitir a articulação de conteúdos na perspectiva (multi)interdisciplinar, a simulação destaca-se na educação por competências e no exercício do raciocínio clínico, com a finalidade de promover atenção integral em saúde.6,7

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