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TERMORREGULAÇÃO NEONATAL: INOVAÇÕES E TECNOLOGIAS

Marialda Moreira Christoffel

Luciano Marques dos Santos

Elisa da Conceição Rodrigues

José Antônio de Sá Neto

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • apresentar conceitos de anatomia e fisiologia do controle térmico do recém-nascido (RN) e principais adaptações à vida extrauterina;
  • descrever a fisiopatologia e as complicações dos distúrbios da termorregulação;
  • elencar os fatores de risco para os distúrbios de termorregulação no período neonatal;
  • indicar as tecnologias de cuidado ao RN na manutenção e no controle da temperatura corporal em diferentes cenários.

Esquema conceitual

Introdução

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o primeiro dia, a primeira semana e o primeiro mês de vida das crianças são os mais críticos para a sua sobrevivência.1 São períodos de grande vulnerabilidade, decorrentes de riscos biológicos, sociais, culturais, econômicos, demográficos e assistenciais.

As precárias condições socioeconômicas e demográficas, o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), assim como fatores biológicos do binômio mãe/filho (diabetes, hipertensão, tipo de parto, asfixia, prematuridade, malformação congênita e infecção) e a dificuldade no acesso à assistência de qualidade na atenção básica e hospitalar são os principais fatores de risco para a mortalidade infantil, que inclui a mortalidade neonatal.2

Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) é acabar com a mortalidade por causas evitáveis (preveníveis por ações dos serviços) até 2030, a partir de políticas públicas e ações preventivas que possam direcionar a diminuição dos riscos comumente encontrados nessa faixa etária, com foco na qualidade do cuidado.2

Na assistência ao parto e ao nascimento, a enfermagem depara-se com problemas relacionados à transição respiratória e cardiovascular do neonato, bem como às adaptações essenciais das funções endócrina, metabólica e termorreguladora. À medida que o neonato faz a transição para a vida extrauterina, a temperatura central diminui em quantidades que variam com a temperatura ambiental e com a condição do RN.3

A transição respiratória ocorre quando o líquido sai da via aérea e a aeração pulmonar se estabelece, iniciando a respiração contínua. A transição cardiovascular ocorre com o fechamento dos shunts vasculares. Embora sejam fenômenos independentes na transição para a vida pós-natal, essa adaptação extrauterina é complexa e inclui uma mudança rápida na homeostase térmica do RN.3

A temperatura corpórea é um componente importante dos sinais vitais e um dos principais parâmetros clínicos utilizados para avaliação e monitoramento das funções corporais. O controle e a manutenção da homeostase térmica do RN são fundamentais para a transição neonatal, principalmente na prevenção de distúrbios metabólicos e respiratórios e, consequentemente, para evitar o aumento da mortalidade.4

O desenvolvimento de tecnologias que envolvem conhecimentos específicos de todas as áreas tem favorecido a qualidade de vida dos RNs, principalmente quanto à termorregulação. Contudo, inclusive em ambientes com tecnologia de ponta, a hipotermia à admissão continua sendo um desafio.

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