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ELETROESTIMULAÇÃO DO PACIENTE COM COVID-19: DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA À ALTA HOSPITALAR

Autores: Francimar Ferrari Ramos, Marcelo Reis Caminha, Indianara Araújo Nascimento
Eletroestimulação do paciente com COVID-19 - Secad

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer os dados epidemiológicos e a fisiopatologia da disfunção neuromuscular relacionada aos pacientes com COVID-19 grave;
  • revisar os fundamentos da eletroestimulação neuromuscular (em inglês, neuromuscular electrical stimulation [NMES]) e seus resultados no paciente crítico;
  • identificar as vantagens, as indicações e as contraindicações da NMES no paciente crítico com COVID-19;
  • reconhecer as particularidades do suporte neuromuscular no paciente com COVID-19 hospitalizado;
  • reconhecer as novas tecnologias para suporte neuromuscular na doença crítica;
  • identificar os fundamentos da prescrição e da individualização da terapia com NMES em pacientes críticos com COVID-19.

Esquema conceitual

Introdução

A infecção pela síndrome respiratória aguda grave – coronavírus 2 (Sars-CoV-2), agente etiológico do coronavírus 2019 (COVID-19), é uma doença nova causada por um patógeno recém-identificado, contra o qual os humanos não têm imunidade, e que está afetando diferentes grupos de indivíduos com gravidade variável. A taxa de admissões nas unidades de terapia intensiva (UTIs), em decorrência de infecção por COVID-19, foi muito elevada, e grande parte dos pacientes necessitaram de ventilação mecânica invasiva (VMI), o que gerou uma sobrecarga sem precedentes na rede de assistência à saúde.1

A princípio, toda atenção foi direcionada aos cuidados com a terapia respiratória e o suporte de vida, a fim de atender a grande demanda de pacientes graves que evoluíram com complicações da Sars.2,3

Esses pacientes, entretanto, quase que invariavelmente, precisaram ser expostos a vários dias de ventilação mecânica (VM), uso de bloqueadores neuromusculares (BNMs), doses elevadas de corticoides, sedação profunda, terapia dialítica, imobilidade e vários outros fatores que convergem para a gênese de disfunções neuromusculares relacionadas à doença crítica, como a já conhecida fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva (FMA-UTI).4–6

Dessa forma, a adoção de estratégias para prevenir e recuperar o prejuízo funcional consequente dos diversos fatores neuromiopatogênicos presentes nos pacientes de curso mais grave da COVID-19 passou a ter importância epidemiológica emergencial.7–9

Nesse contexto, a implementação de estratégias de mobilização precoce é fundamental, e a NMES é o recurso mais promissor para atenuar (ou prevenir) o acentuado quadro de catabolismo muscular relacionado à doença crítica e pode ser utilizado para potencializar as estratégias de reabilitação funcional e acelerar a recuperação neuromuscular dos sobreviventes.9–11

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