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ESPIROMETRIA DE INCENTIVO: QUAIS AS EVIDÊNCIAS?

Autores: Elaine Paulin Ferrazeane, Deborah de Camargo Hizume Kunzler, Jéssica Canizelli Gonçalez
Espirometria de incentivo - Secad

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever historicamente o surgimento do espirômetro de incentivo (EI);
  • definir espirometria de incentivo e sua finalidade;
  • analisar a aplicabilidade clínica e as evidências científicas dos EIs.

Esquema conceitual

Introdução

Os primeiros EIs foram criados em meados de 1970 e ganharam atenção principalmente para situações envolvendo pacientes cirúrgicos. No decorrer dos anos, foram amplamente utilizados na prática clínica hospitalar, ambulatorial e até mesmo em contexto domiciliar, especialmente por sua praticidade, pelo custo acessível e pela utilização individual, conferindo certo grau de independência aos pacientes.1 Contudo, tempo profissional em educação e treinamento correto para utilização desses aparelhos devem ser considerados.

O EI é um dispositivo utilizado na terapia de reexpansão pulmonar, baseado em um mecanismo de feedback visual que proporciona maior independência e aprendizado ao paciente.2 No entanto, a literatura ainda apresenta controvérsias sobre sua eficácia, com revisões sistemáticas e metanálises que descrevem a insuficiência de evidências que sustentem sua recomendação isolada e estudos que discorrem sobre os benefícios da sua utilização.3

De qualquer maneira, diversas limitações são citadas pelos autores desses estudos, principalmente relacionadas ao número das amostras, à heterogeneidade de repetições dos ciclos respiratórios e à dificuldade para o aprendizado do uso correto do dispositivo. Essas limitações amplificam a importância da consideração dos conceitos de qualidade metodológica dos estudos para conclusões fundamentadas sobre essa temática.3

O processo ventilatório tem sido prejudicado de maneira significativa em vários pacientes, em decorrência de alterações clínicas, mecânicas e/ou musculares secundárias às doenças que afetam o sistema respiratório, como procedimentos cirúrgicos de médio e grande porte, torácicos ou não, doenças restritivas e/ou longos períodos de imobilismo. Essas condições podem comprometer as atividades neurais e musculares, as propriedades do fluxo aéreo, o tempo dos ciclos respiratórios e/ou a complacência pulmonar do paciente e, consequentemente, prejudicar a realização de atividades da vida diária (AVDs) e sua qualidade de vida.

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