Introdução
Nos últimos 30 anos, têm sido descritas diferentes técnicas para avaliação dos músculos respiratórios. A contração desses músculos depende da atividade elétrica que tem origem nos neurônios situados no tronco cerebral, é conduzida por meio de nervos motores, transmitida na junção neuromuscular e propagada ao longo da membrana da fibra muscular.1
A avaliação da estrutura e função dos músculos respiratórios é um componente fundamental para pesquisa e prática clínica, possibilitando a tomada de decisões no que concerne ao diagnóstico, às intervenções terapêuticas, ao prognóstico e ao acompanhamento, sobretudo de pacientes com sintomas respiratórios e doenças neuromusculares (DNMs).1,2
Quando alterações em qualquer uma das etapas responsáveis pela contração acarretam fraqueza e/ou incoordenação reversível ou irreversível dos músculos respiratórios, o registro da atividade elétrica muscular faz-se necessário para uma avaliação clínica mais apropriada. Esse registro é conhecido como eletromiografia (EMG).1
A EMG permite definir quais músculos estão ativos em diferentes posturas, níveis de consciência e situações clínicas. É importante considerar os aspectos metodológicos relacionados ao registro do sinal eletromiográfico para a correta interpretação dos resultados.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- reconhecer os aspectos relevantes referentes à coleta, ao processamento e à análise de dados eletromiográficos;
- identificar os fatores relacionados à instrumentação, às aplicações e às limitações da EMG;
- reconhecer a importância das técnicas de avaliação da função muscular respiratória no âmbito da unidade de terapia intensiva (UTI);
- descrever as indicações e limitações do uso da EMG na UTI.