Introdução
A fragilidade é uma síndrome biológica caracterizada pela diminuição da capacidade de reserva homeostática do organismo e da resistência aos estressores, o que resulta no declínio de múltiplos sistemas fisiológicos, causando vulnerabilidade e desfecho clínico adverso.
Entre os eventos adversos associados à fragilidade, estão incluídos:
- quedas;
- suscetibilidade à doença aguda;
- complicações perioperatórias;
- internações hospitalares não planejadas;
- incapacitação;
- necessidade de cuidados institucionais;
- óbito.
A fragilidade tem implicações substanciais na qualidade de vida, na autonomia funcional e na utilização dos serviços de saúde.
A relação entre fragilidade e funcionalidade é tão evidente que se observa a presença da avaliação da funcionalidade, ou parte dela, na maioria dos escores de fragilidade. Em virtude disso, faz-se necessária, além da identificação da síndrome da fragilidade clínica (SFC), a avaliação quantitativa e qualitativa da funcionalidade dos pacientes. Estratégias para reduzir a incidência e a intensidade desse declínio devem ser estabelecidas como parte de um programa de melhoria de qualidade que deve abranger todo hospital, contando com a participação de toda equipe multidisciplinar.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- identificar a SFC;
- reconhecer os fatores de risco e os principais desfechos negativos da SFC;
- avaliar a força muscular, a função e a extensão da fragilidade nos pacientes críticos;
- correlacionar a fragilidade com a ventilação mecânica (VM) na unidade de terapia intensiva (UTI);
- identificar a repercussão da SFC nos custos hospitalares;
- traçar estratégias de avaliação do impacto da fragilidade desde a pré-internação até o momento da alta;
- identificar as implicações da fisioterapia na UTI e das ações da fisioterapia para os pacientes com fragilidade.