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ESTIMULAÇÃO DIAFRAGMÁTICA ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA EM PEDIATRIA

Bianca Dana Horongozo

epub-BR-PROFISIO-PED-C10V4_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever a função e as principais disfunções do diafragma;
  • apresentar os principais métodos de avaliação da força muscular e da contratibilidade diafragmática;
  • reconhecer as bases físicas e químicas da eletroestimulação muscular respiratória;
  • reconhecer as formas de aplicação de estimulação diafragmática elétrica transcutânea (EDET);
  • descrever os parâmetros para o uso da EDET;
  • listar os benefícios fisiológicos da EDET;
  • reconhecer as reações adversas e as contraindicações da EDET;
  • aplicar a EDET da forma adequada aos casos avaliados;
  • praticar a terapia com EDET com segurança e respaldo científico.

Esquema conceitual

Introdução

Para o funcionamento adequado do sistema respiratório, é necessária a associação de pressões respiratórias, as quais são resultado da força e resistência dos músculos respiratórios, principalmente do músculo diafragma. Qualquer alteração funcional ou de contração do diafragma resultará em diminuição dos volumes pulmonares e, consequentemente, da relação ventilação/perfusão.1

O diafragma é um músculo fundamental na respiração, sendo responsável por cerca de 70% da inspiração. Trata-se de um músculo de grande superfície, porém bastante profundo, por estar posicionado entre a caixa torácica e abdome.2 O nervo frênico é a principal inervação dessa musculatura.

Qualquer enfermidade que gere alteração de condução nervosa no nervo frênico, ou que torne ineficaz ou ausente a contração do diafragma, pode ser grave para o sistema respiratório. As principais causas de disfunção do diafragma em pediatria são

 

  • permanência em ventilação mecânica (VM) invasiva;
  • doenças neuromusculares e/ou congênitas;
  • lesões por trauma e hérnias diafragmáticas.

O diafragma pode ser investigado por exames de imagem ou força, os quais auxiliarão no delineamento adequado do tratamento. Conforme a extensão da lesão, o tratamento pode ser medicamentoso, cirúrgico e/ou fisioterapêutico.

A fisioterapia respiratória dispõe de diversos recursos, sendo um deles a EDET. A EDET baseia-se em eletroestimulação controlada por corrente modulada, bifásica — com cerca de 25 a 50Hz —, em pontos motores do diafragma. Para isso, utilizam-se eletrodos superficiais, aplicados na região do 6º ao 8º espaço intercostal, o que irá gerar a contração muscular e a inspiração, pelo estímulo elétrico.1

Apesar de haver escassez de estudos relacionados com a EDET, esse recurso tem sido utilizado na prática clínica da fisioterapia,3 e tem apresentado bons resultados.4,5 Entre os principais achados, podem-se citar: redução da dispneia, diminuição da tolerância ao exercício e menor expansibilidade toracoabdominal, além de melhores resultados de pressão inspiratória máxima (Pimáx), pressão expiratória máxima (Pemáx), volume corrente (VC), volume minuto e capacidade vital forçada (CVF) após a aplicação de EDET.5

A EDET pode ainda ser associada a outras técnicas da fisioterapia respiratória, como, por exemplo, o posicionamento, o tapping diafragmático, o controle respiratório e o power breath, visando à melhora efetiva do quadro clínico do paciente abordado.5,6

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