Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- refletir sobre a maneira correta de indicar e utilizar a ventilação não invasiva (VNI);
- identificar os sinais que indicam falha da VNI;
- descrever os métodos que facilitam a identificação da falha da VNI;
- analisar formas de atingir o sucesso da terapia ventilatória não invasiva;
- apontar os sinais que indicam sucesso da VNI.
Esquema conceitual
Introdução
A fisioterapia é uma profissão estabelecida no mundo todo. Os fisioterapeutas atuam em ambientes hospitalares, como enfermarias, unidades de emergência e unidades de terapia intensiva (UTIs), e, em particular, os especialistas em fisioterapia cardiorrespiratória se concentram no manejo de condições respiratórias agudas e crônicas.1
Uma das principais disfunções nesses ambientes é a insuficiência respiratória pulmonar aguda (IRpA), problema onipresente em serviços de emergência.2
IRpA é a incapacidade de o sistema respiratório manter oxigenação e/ou ventilação suficientes para a demanda do indivíduo, ocasionando falha no suprimento metabólico do organismo.3
A IRpA pode ser classificada como:3
- tipo I (hipoxêmica) — pressão parcial de oxigênio (PaO2) baixa e pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) normal;
- tipo II (hipercápnica) — PaO2 baixa e PaCO2 elevada.
O tratamento da IRpA consiste na solução da causa de origem. Até que isso ocorra, o suporte ventilatório pode ser necessário. Dessa forma, a VNI pode ser empregada precocemente, assim que os sinais clínicos de insuficiência respiratória desenvolvem-se.4
Além disso, uma sólida base de evidências suporta o uso de VNI para alguns quadros agudamente descompensados de doença crônicas, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência cardíaca congestiva.5 Basicamente, existem dois tipos de modalidades de VNI: pressão positiva contínua nas vias aéreas e pressão positiva em dois níveis.5,6
Os benefícios da VNI em pacientes com IRpA são diversos. Entre eles, estão melhora da ventilação e das trocas gasosas e diminuição do trabalho dos músculos respiratórios, o que resulta na redução da necessidade de intubação orotraqueal e na diminuição do tempo de internação hospitalar e da taxa de mortalidade.6
Contudo, a indicação de VNI para pacientes com alto risco de falha dessa terapêutica pode postergar a intubação orotraqueal para ventilação mecânica invasiva (VMI) e, consequentemente, aumentar a taxa de mortalidade.7 Neste contexto, é necessário conhecimento sobre quando utilizar a VNI e cessar seu uso. Para isso, diversas ferramentas são utilizadas com o objetivo de avaliar sua eficácia.