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FISIOTERAPIA DO SONO: O QUE MUDA COM O RECONHECIMENTO DESSA ÁREA DE ATUAÇÃO?

Autores: Flávia Baggio Nerbass, Liliane Patricia de Souza Mendes , Rafaela Garcia Santos de Andrade, Vivien Schmeling Piccin
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender como o fisioterapeuta do sono pode atuar em diversas frentes no mercado de trabalho;
  • identificar os pontos importantes na avaliação do paciente com distúrbios de sono;
  • entender seu papel na área de assistência clínica do paciente em uso de terapia pressórica;
  • expressar conhecimento sobre diferentes abordagens terapêuticas e de acompanhamento do paciente;
  • reconhecer de que forma pode atuar no ensino, na pesquisa e em empresas de venda e locação de produtos;
  • compreender seu papel dentro do ambiente hospitalar.

Esquema conceitual

Introdução

Passa-se um terço da vida dormindo, portanto, o sono representa um período importante, em que ocorrem inúmeros fenômenos para a manutenção da homeostase corporal. No entanto, atualmente, os distúrbios de sono são cada vez mais comuns na população geral e abrangem uma ampla gama de desordens, entre elas, a insônia, os distúrbios respiratórios, os distúrbios de hipersonolência de origem central, os distúrbios do ritmo circadiano (vigília–sono), as parassonias e os distúrbios do movimento relacionados ao sono, que requerem atuação multiprofissional.

O fisioterapeuta tem ganhado espaço nessa área de atuação e, desde que foi reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), em 2021, mais e mais profissionais têm direcionado seu olhar para ela. Por ser uma área nova e em franca e expansão, as perspectivas para o futuro são muito animadoras.

A atuação do fisioterapeuta pode se dar com a assistência clínica ao paciente com distúrbio respiratórios e não respiratórios do sono, com a pesquisa científica, com o ensino e em laboratórios de sono, realizando consultorias, em empresas de venda e locação de equipamento e no contexto hospitalar. Em todos esses cenários, a condução do fisioterapeuta irá ajudar a melhorar qualidade de vida, trazer conhecimento e consciência para que população possa realizar mudanças de hábitos, estabelecer protocolos hospitalares, além de ajudar a melhorar, como um todo, os desfechos de saúde de tantas pessoas acometidas com esses distúrbios.

Histórico da fisioterapia do sono

A atuação da fisioterapia no campo de conhecimento intitulado sono é bastante recente e, ao longo do tempo, alguns marcos foram se estabelecendo para a consolidação da atuação da fisioterapia nesse campo. A Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória, Fisioterapia Cardiovascular e Terapia Intensiva (Assobrafir), em 2014, criou o Departamento de Fisioterapia Aplicada aos Distúrbios Respiratórios do Sono, cuja principal missão era proporcionar para os fisioterapeutas respiratórios que já atuavam, ou pretendiam atuar na área do sono, formação e informação sobre o tema.1

O objetivo foi inserir o tema em eventos promovidos pelas regionais Assobrafir e no Simpósio Internacional dessa mesma associação (SIFR), que ocorre a cada 2 anos, para que fosse dada visibilidade e representatividade por meio da disseminação de conhecimento. Ainda no ano de 2014, por meio de um ofício protocolado, a Assobrafir solicitou ao Coffito o reconhecimento da fisioterapia aplicada aos distúrbios do sono como área de atuação das especialidades da fisioterapia cardiorrespiratória e da fisioterapia em terapia intensiva.1

Em 2015, foi publicado o primeiro artigo sobre a atuação do fisioterapeuta brasileiro na apneia do sono.1 No mesmo ano, outra publicação abordou a atuação da fisioterapia no tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.2 Ambas as publicações foram escritas por fisioterapeutas que já estavam fazendo sua formação acadêmica em centros brasileiros de pesquisa. A partir daí, muitos fisioterapeutas passaram a publicar em revistas nacionais e internacionais Papers.

Em 2018, a Sociedade Brasileira de Cardiologia traz em uma diretriz o 1º Posicionamento Brasileiro sobre o Impacto dos Distúrbios de Sono nas Doenças Cardiovasculares, voltada para as recomendações do papel da equipe multidisciplinar e da fisioterapia no tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS).3 Em 2019, a Assobrafir promoveu o primeiro Sonofir, um congresso elaborado pelo Departamento de Fisioterapia Respiratória Aplicada aos Distúrbios de Sono dessa associação, que foi ministrado por fisioterapeutas que atuavam na área para aqueles que desejassem conhecer mais a respeito.4

O congresso é voltado para a atuação clínica dos fisioterapeutas nos distúrbios do sono, trazendo em suas palestras atualizações sobre o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento dos pacientes.4 Seguindo para 2021, foi emitido o parecer Assobrafir nº 04, de 20 de abril de 2021, que trata da autonomia do fisioterapeuta, atuação do fisioterapeuta nos distúrbios respiratórios do sono e o livre exercício profissional.5

Sem dúvida, o maior marco, até o presente momento, foi quando, em 10 de agosto de 2021, o Coffito reconheceu o exercício da fisioterapia nos distúrbios do sono como área de atuação própria do fisioterapeuta por meio da resolução Nº 536.6

Ainda no ano de 2021, houve a primeira certificação em fisioterapia do sono por notório saber, realizada pela Associação Brasileira do Sono (ABS) em parceria com a Assobrafir, certificando os primeiros 28 profissionais brasileiros. Ainda no mesmo ano, a segunda edição do Sonofir foi realizada de forma online, porém com abrangência para países da América Latina e colegas de países do Mercosul como palestrantes.6

No ano seguinte, em 2022, a ABS realizou a nova prova para certificar os demais fisioterapeutas por meio de análise curricular e avaliação de conhecimentos, aprovando mais 19 profissionais. Foi também publicado um consenso de recomendações práticas para o fisioterapeuta no manejo dos distúrbios do sono. Em 2023, houve a 3ª edição do Sonofir, realizada em Foz do Iguaçu, que contou com mais palestras de profissionais certificados e com ampla expertise clínica e acadêmica na área. A Figura 1 apresenta resumidamente os marcos da fisioterapia do sono.

SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; Assobrafir: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; Coffito: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional; SONOFIR: Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória nos Distúrbios Respiratórios do Sono. ABS: Associação Brasileira do Sono.

FIGURA 1: Marcos importantes da fisioterapia do sono. // Fonte: Cedida por Fisioterapeutas do sono.

Cada vez mais esse campo de atuação vem ganhando espaço dentro da fisioterapia. Muitos cursos de formação e de pós-graduação têm surgido com o objetivo de propagar conhecimento e formar profissionais para atuação na área. Entretanto, apenas dois cursos, sendo um de especialização latu senso e outro de capacitação, são exclusivos para fisioterapeutas — a grande maioria é multiprofissional e acaba abordando o tema sono de forma mais genérica, sem um aprofundamento para o fisioterapeuta.

ATIVIDADES

1. Sobre o contexto histórico da fisioterapia do sono, atualmente, marque V (verdadeiro) ou F (falso).

A atuação do fisioterapeuta no sono já está bastante consolidada e conta com muitas publicações na área.

Em 2014, a Assobrafir criou o departamento de fisioterapia dos distúrbios respiratórios do sono com o intuito de propagar conhecimento nesse sentido.

A maioria dos cursos de formação e de pós-graduação, que tem o objetivo de propagar conhecimento e formar profissionais para atuarem no manejo dos distúrbios do sono, são exclusivos para fisioterapeutas.

O marco mais importante até agora foi o reconhecimento do exercício da fisioterapia nos distúrbios do sono como área de atuação própria do fisioterapeuta por meio da resolução Nº 536/2021.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — F — V

C) F — F — V — V

D) V — V — F — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A atuação do fisioterapeuta em sono é bastante recente e vem conquistando o seu espaço com o passar dos anos, entretanto, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Atualmente, apenas dois cursos, um de especialização latu senso e outro de capacitação, são exclusivos para fisioterapeutas — a grande maioria é multiprofissional e acaba abordando o tema sono de forma mais genérica, sem um aprofundamento para o fisioterapeuta.

Resposta correta.


A atuação do fisioterapeuta em sono é bastante recente e vem conquistando o seu espaço com o passar dos anos, entretanto, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Atualmente, apenas dois cursos, um de especialização latu senso e outro de capacitação, são exclusivos para fisioterapeutas — a grande maioria é multiprofissional e acaba abordando o tema sono de forma mais genérica, sem um aprofundamento para o fisioterapeuta.

A alternativa correta é a "B".


A atuação do fisioterapeuta em sono é bastante recente e vem conquistando o seu espaço com o passar dos anos, entretanto, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Atualmente, apenas dois cursos, um de especialização latu senso e outro de capacitação, são exclusivos para fisioterapeutas — a grande maioria é multiprofissional e acaba abordando o tema sono de forma mais genérica, sem um aprofundamento para o fisioterapeuta.

2. Assinale a alternativa correta em relação ao histórico da fisioterapia do sono.

A) A Assobrafir solicitou ao Coffito o reconhecimento da fisioterapia aplicada aos distúrbios do sono como área de atuação das especialidades fisioterapia cardiorrespiratória e fisioterapia em terapia intensiva no ano de 2010.

B) O Departamento de Fisioterapia Aplicada aos Distúrbios Respiratórios do Sono foi criado exclusivamente para regulamentar a formação dos fisioterapeutas respiratórios já atuantes.

C) O primeiro artigo sobre a atuação do fisioterapeuta brasileiro na apneia do sono foi publicado em 2015.

D) O SONOFIR é um congresso que reúne profissionais da fisioterapia e da medicina que atuam no tratamento de DRS.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A Assobrafir solicitou ao Coffito o reconhecimento da fisioterapia aplicada aos distúrbios do sono como área de atuação das especialidades fisioterapia cardiorrespiratória e fisioterapia em terapia intensiva no ano de 2014. O Departamento de Fisioterapia Aplicada aos Distúrbios Respiratórios do Sono foi criado para proporcionar aos fisioterapeutas respiratórios que já atuavam, ou pretendiam atuar na área do sono, formação e informação sobre o tema. O Sonofir é um congresso voltado para a atuação clínica dos fisioterapeutas nos distúrbios do sono.

Resposta correta.


A Assobrafir solicitou ao Coffito o reconhecimento da fisioterapia aplicada aos distúrbios do sono como área de atuação das especialidades fisioterapia cardiorrespiratória e fisioterapia em terapia intensiva no ano de 2014. O Departamento de Fisioterapia Aplicada aos Distúrbios Respiratórios do Sono foi criado para proporcionar aos fisioterapeutas respiratórios que já atuavam, ou pretendiam atuar na área do sono, formação e informação sobre o tema. O Sonofir é um congresso voltado para a atuação clínica dos fisioterapeutas nos distúrbios do sono.

A alternativa correta é a "C".


A Assobrafir solicitou ao Coffito o reconhecimento da fisioterapia aplicada aos distúrbios do sono como área de atuação das especialidades fisioterapia cardiorrespiratória e fisioterapia em terapia intensiva no ano de 2014. O Departamento de Fisioterapia Aplicada aos Distúrbios Respiratórios do Sono foi criado para proporcionar aos fisioterapeutas respiratórios que já atuavam, ou pretendiam atuar na área do sono, formação e informação sobre o tema. O Sonofir é um congresso voltado para a atuação clínica dos fisioterapeutas nos distúrbios do sono.

Frentes de atuação para o fisioterapeuta do sono

Embora muito nova, essa área de atuação abrange inúmeras formas e locais onde o fisioterapeuta do sono pode atuar, as quais serão apresentadas a seguir.

Laboratório do sono

O laboratório do sono é um espaço destinado ao estudo dos distúrbios do sono (comportamentais e respiratórios). Geralmente, os laboratórios são especializados na realização de exames como a polissonografia, a poligrafia, a oximetria noturna, o teste das múltiplas latências do sono, o teste de manutenção de vigília, o exame de titulação da(s) pressão(ões) positiva(s) e o exame de titulação de oxigênio durante o sono.

Os indivíduos se dirigem a esses locais específicos, onde dormirão por uma noite, acomodados e monitorados, em ambiente adequado, equipado com recursos necessários. Enquanto dormem, são monitorados por um técnico, localizado em outro ambiente, que busca garantir a qualidade do exame, analisando os sinais fisiológicos e os canais avaliados. Os laboratórios podem fazer parte de um hospital, de uma clínica ou, até mesmo, de laboratórios de outras especialidades e podem oferecer estrutura para fazer exames domiciliares.

Existem critérios para o credenciamento de laboratórios do sono estabelecidos pela ABS, que vão desde critérios mínimos de segurança até exigências com relação aos quartos de dormir, à sala de registro, aos equipamentos, à equipe e à gravação do exame.7

A atuação do fisioterapeuta no laboratório do sono pode ser restrita e limitada a uma atividade específica previamente estabelecida com o responsável pelo laboratório, como, por exemplo, realizar a polissonografia. Ou, a depender do conhecimento técnico-científico do profissional e do exame realizado, envolver múltiplas atividades dentro e fora de um laboratório do sono.

Polissonografia em laboratório (tipo I)

A polissonografia em laboratório (tipo I) é o exame-padrão realizado em laboratório para avaliar distúrbios do sono. É um exame assistido por um técnico e avalia no mínimo sete parâmetros:

  • eletroencefalograma (EEG);
  • eletro-oculograma (EOG);
  • eletromiograma (EMG) de mento;
  • eletrocardiograma (ECG) ou frequência cardíaca (FC);
  • fluxo aéreo;
  • esforço respiratório;
  • oximetria.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:8

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • preparar o paciente e orientar que ele pode alternar entre as posições;
  • orientar o paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • calibrar o sistema de polissonografia;
  • monitorar o paciente;
  • ajustar os sensores se necessário;
  • retirar os sensores;
  • aplicar o questionário depois do exame.

Polissonografia domiciliar (tipo II)

A polissonografia domiciliar (tipo II) é um exame não assistido por um técnico, realizado na casa do paciente, e avalia no mínimo sete parâmetros:

  • EEG;
  • EOG;
  • EMG de mento;
  • ECG ou FC;
  • fluxo aéreo;
  • esforço respiratório;
  • oximetria.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:8

  • ir até o domicílio do paciente para orientações;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • preparar o paciente e orientar sobre a possiblidade de alternância das posições;
  • orientar o paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • retirar os sensores;
  • aplicar o questionário depois do exame.

Poligrafia respiratória (tipo III)

A poligrafia respiratória (tipo III) é um exame não assistido por um técnico e avalia no mínimo quatro parâmetros:

  • fluxo aéreo;
  • esforço respiratório;
  • ECG ou FC;
  • oximetria.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:8

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • preparar o dispositivo;
  • ensinar o paciente como iniciar e finalizar o exame;
  • avisar o paciente que ele pode alternar entre as posições;
  • orientar o paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • receber o dispositivo;
  • aplicar o questionário depois do exame;
  • fazer o download dos dados do dispositivo.

Oximetria noturna (tipo IV)

A oximetria noturna (tipo IV) é um exame não assistido por um técnico que avalia no mínimo um parâmetro, e pode estar associada ao fluxo aéreo.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • preparar o dispositivo;
  • ensinar o paciente como fazer o download do aplicativo;
  • orientar o paciente como iniciar e finalizar o exame;
  • avisar o paciente que ele pode alternar entre as posições;
  • sinalizar para o paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • receber o dispositivo;
  • aplicar o questionário depois do exame;
  • fazer o download dos dados do dispositivo.

Teste de múltiplas latências do sono

O teste de múltiplas latências do sono consiste em cinco oportunidades oferecidas ao paciente para dormir em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília.9,10

O teste de múltiplas latências do sono é realizado em laboratório do sono durante o dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 180 minutos após o despertar do paciente.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:9,10

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • orientar o paciente para usar roupas diurnas;
  • preparar o paciente e avisar que ele pode alternar entre as posições;
  • explicar ao paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • solicitar que o paciente se deite retirando os sapatos e os cintos e afrouxando as roupas caso estejam apertadas;
  • monitorar o paciente;
  • ajustar os sensores se necessário;
  • perguntar ao paciente, antes de cada registro, sobre a necessidade de usar o banheiro e se ele quer modificar alguma coisa no ambiente, para seu maior conforto;
  • manter o paciente acordado e fora da cama entre os intervalos;
  • retirar os sensores;
  • aplicar o questionário depois do exame.

Teste de manutenção da vigília

O teste de manutenção da vigília avalia a capacidade de permanecer acordado e consiste em quatro registros de 40 minutos cada, efetuados em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília.

O teste de manutenção da vigília é realizado em laboratório do sono, durante o dia, normalmente no dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 120 minutos após o despertar do paciente. Durante cada registro, o paciente fica sentado, com luminosidade baixa, mas não no escuro, e é instruído a tentar não adormecer.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • orientar o paciente a permanecer sentado e sem adormecer;
  • monitorar o paciente;
  • ajustar os sensores se necessário;
  • perguntar ao paciente, antes de cada registro, sobre a necessidade de usar o banheiro e se quer modificar alguma coisa no ambiente, para seu maior conforto;
  • manter o paciente acordado, fora da cama entre os intervalos, com luz e sem fazer atividades estimulantes;
  • orientar o paciente a fazer uma refeição leve no horário de almoço;
  • retirar os sensores;
  • aplicar o questionário depois do exame.

Exame de titulação da(s) pressão(ões) positiva(s)

O exame de titulação da(s) pressão(ões) positiva(s) é um exame especial da polissonografia noturna para avaliar (titular) a(s) pressão(ões) necessária(s) com que o equipamento de pressão positiva deverá ser programado a fim de normalizar os eventos respiratórios e efeitos a eles relacionados durante o sono. É a forma mais conservadora e aceita para estabelecer a(s) pressão(ões) a ser(em) utilizada(s) durante o tratamento e consiste no uso de pressão(ões) positiva(s) aplicada(s) às vias aéreas durante o sono, por meio de máscara nasal ou facial.

O paciente dorme uma noite no laboratório de sono, utilizando a máscara conectada por meio de um tubo plástico (traqueia) ao equipamento de pressão positiva com pressão variável e controlada por um programa de computador. Um sensor de oxímetro de pulso conectado a um dedo do paciente também é utilizado para avaliar a taxa de saturação periférica de oxigênio (SpO2) e a FC.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • verificar se o paciente já utiliza uma interface para dormir com o equipamento;
  • escolher a interface adequada para a realização do exame de titulação;
  • posicionar a máscara de forma adequada;
  • colocar uma queixeira no paciente se necessário;
  • preparar o paciente e avisar que ele pode alternar entre as posições;
  • orientar o paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • calibrar o sistema de polissonografia;
  • monitorar o paciente;
  • titular a pressão do equipamento de pressão positiva;
  • trocar a interface se necessário;
  • ajustar os sensores se necessário;
  • retirar os sensores;
  • aplicar o questionário depois do exame.

Exame de titulação de oxigênio durante o sono

O exame de titulação de oxigênio durante o sono é um exame noturno para avaliar (titular) a(s) taxa(s) necessária(s) de oxigênio com que o equipamento de suplementação de oxigenoterapia deverá ser programado a fim de normalizar a SpO2, durante o sono. O exame consiste na administração de oxigênio nas vias aéreas durante o sono, através de cânula nasal ou máscara facial, ou associado à(s) pressão(ões) positiva(s) aplicada(s) às vias aéreas durante o sono.

O paciente dorme uma noite no laboratório de sono, utilizando a cânula nasal ou a máscara facial conectada ao equipamento de suplementação de oxigenoterapia ou com a máscara conectada por meio de um tubo plástico (traqueia) ao equipamento de pressão positiva com pressão variável e controlada por um programa de computador, associado à suplementação de oxigenoterapia. Neste último caso, a oxigenoterapia é adicionada ao equipamento de pressão positiva por meio de um conector e um látex posicionados na saída do equipamento de pressão positiva. Um sensor de oxímetro de pulso conectado a um dedo do paciente é utilizado para avaliar a taxa de SpO2 e a FC.

Podem ser atribuições do fisioterapeuta:

  • receber o paciente;
  • explicar o que é o exame;
  • aplicar o questionário antes do exame;
  • verificar se o paciente já utiliza uma interface para dormir com o equipamento;
  • escolher a interface adequada para a realização do exame de titulação;
  • utilizar o conector para a oferta de oxigenoterapia ao equipamento de pressão positiva de forma adequada;
  • posicionar a interface de forma adequada;
  • colocar uma queixeira no paciente se necessário;
  • preparar o paciente e avisar que ele pode alternar entre as posições;
  • orientar o paciente que ele deve escolher a posição em que habitualmente dorme;
  • monitorar o paciente;
  • titular a taxa do equipamento de oxigenoterapia;
  • trocar a interface se necessário;
  • ajustar os sensores se necessário;
  • retirar os sensores;
  • aplicar o questionário depois do exame.

A Figura 2 apresenta um resumo dos exames utilizados para o diagnóstico de DRS.

EEG: eletroencefalograma; EOG: eletro-oculograma; EMG: eletromiograma; ECG: eletrocardiograma; FC: frequência cardíaca.

FIGURA 2: Exames utilizados para o diagnóstico de DRS. // Fonte: Elaborada pela autora.

ATIVIDADES

3. Assinale a alternativa correta em relação ao laboratório do sono.

A) O laboratório do sono é um espaço destinado exclusivamente ao estudo dos distúrbios respiratórios do sono.

B) A polissonografia domiciliar (tipo II) é um exame não assistido por um técnico, realizado na casa do paciente, no qual o próprio paciente aplica os sensores e responde ao questionário antes e depois do exame.

C) A poligrafia respiratória (tipo III) é um exame que requer a assistência de um técnico durante sua realização.

D) O teste de múltiplas latências do sono, realizado em laboratório do sono, consiste de cinco oportunidades oferecidas ao paciente para dormir, em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


O laboratório do sono é um espaço destinado tanto ao estudo dos distúrbios comportamentais respiratórios do sono. A polissonografia domiciliar (tipo II) é um exame não assistido por um técnico, realizado na casa do paciente, mas pode ser papel do fisioterapeuta ir até o domicílio do paciente, e o fisioterapeuta tem como função, entre outras, aplicar-lhe o questionário antes do exame e, depois, além de retirar os sensores, aplicar o questionário pós-exame. A poligrafia respiratória (tipo III) é um exame não assistido por um técnico.

Resposta correta.


O laboratório do sono é um espaço destinado tanto ao estudo dos distúrbios comportamentais respiratórios do sono. A polissonografia domiciliar (tipo II) é um exame não assistido por um técnico, realizado na casa do paciente, mas pode ser papel do fisioterapeuta ir até o domicílio do paciente, e o fisioterapeuta tem como função, entre outras, aplicar-lhe o questionário antes do exame e, depois, além de retirar os sensores, aplicar o questionário pós-exame. A poligrafia respiratória (tipo III) é um exame não assistido por um técnico.

A alternativa correta é a "D".


O laboratório do sono é um espaço destinado tanto ao estudo dos distúrbios comportamentais respiratórios do sono. A polissonografia domiciliar (tipo II) é um exame não assistido por um técnico, realizado na casa do paciente, mas pode ser papel do fisioterapeuta ir até o domicílio do paciente, e o fisioterapeuta tem como função, entre outras, aplicar-lhe o questionário antes do exame e, depois, além de retirar os sensores, aplicar o questionário pós-exame. A poligrafia respiratória (tipo III) é um exame não assistido por um técnico.

4. Assinale a alternativa correta em relação a qual teste o texto versa: “Esse teste é realizado em laboratório do sono durante o dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 180 minutos após o despertar do paciente. O paciente deve vestir roupas diurnas, e não pijamas”.

A) Teste de manutenção da vigília.

B) Teste de múltiplas latências do sono.

C) Polissonografia em laboratório (tipo I).

D) Poligrafia respiratória (tipo III).

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


O teste de múltiplas latências do sono consiste de cinco oportunidades oferecidas ao paciente para dormir em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. É realizado em laboratório do sono durante o dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 180 minutos após o despertar do paciente. O paciente deve vestir roupas diurnas, e não pijamas.

Resposta correta.


O teste de múltiplas latências do sono consiste de cinco oportunidades oferecidas ao paciente para dormir em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. É realizado em laboratório do sono durante o dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 180 minutos após o despertar do paciente. O paciente deve vestir roupas diurnas, e não pijamas.

A alternativa correta é a "B".


O teste de múltiplas latências do sono consiste de cinco oportunidades oferecidas ao paciente para dormir em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. É realizado em laboratório do sono durante o dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 180 minutos após o despertar do paciente. O paciente deve vestir roupas diurnas, e não pijamas.

5. Assinale a alternativa correta em relação ao teste de manutenção de vigília.

A) Avalia a capacidade de permanecer acordado e consiste de quatro registros de 20 minutos cada, efetuados em intervalos de 1 horas, durante o período habitual de vigília.

B) É realizado em laboratório do sono durante o dia, normalmente no dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 120 minutos após o despertar do paciente.

C) Durante cada registro, o paciente permanece deitado, no escuro, e é instruído a tentar não adormecer.

D) Durante os intervalos entre os testes, o paciente deve permanecer acordado, podendo optar por permanecer na cama, com a luz acesa, fazendo alguma atividade que tenha vontade.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


O teste de manutenção de vigília avalia a capacidade de permanecer acordado e consiste de quatro registros de 40 minutos cada, efetuados em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. Durante cada registro, o paciente fica sentado, com luminosidade baixa, mas não no escuro, e é instruído para tentar não adormecer. Durante os intervalos entre os testes, o paciente deve permanecer acordado, fora da cama, com luz e sem fazer atividades estimulantes.

Resposta correta.


O teste de manutenção de vigília avalia a capacidade de permanecer acordado e consiste de quatro registros de 40 minutos cada, efetuados em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. Durante cada registro, o paciente fica sentado, com luminosidade baixa, mas não no escuro, e é instruído para tentar não adormecer. Durante os intervalos entre os testes, o paciente deve permanecer acordado, fora da cama, com luz e sem fazer atividades estimulantes.

A alternativa correta é a "B".


O teste de manutenção de vigília avalia a capacidade de permanecer acordado e consiste de quatro registros de 40 minutos cada, efetuados em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. Durante cada registro, o paciente fica sentado, com luminosidade baixa, mas não no escuro, e é instruído para tentar não adormecer. Durante os intervalos entre os testes, o paciente deve permanecer acordado, fora da cama, com luz e sem fazer atividades estimulantes.

Assistência clínica

O fisioterapeuta tem ganhado cada vez mais espaço na condução do tratamento de distúrbios do sono, especialmente após a publicação da resolução n° 536/2021, que reconheceu o exercício da fisioterapia nos distúrbios do sono como área de atuação própria do fisioterapeuta.11

Após realizado o diagnóstico por exame de polissonografia, poligrafia respiratória ou oximetria noturna, os pacientes portadores de DRS (ronco, apneia obstrutiva do sono [AOS], apneia central do sono, síndrome de resistência de vias aéreas superiores [VAS], distúrbios que cursam com hipoventilação e aqueles que cursam com hipoxemia)12 são encaminhados para tratamento.2

Quando a indicação do tratamento para o distúrbio do sono é a terapia pressórica (pressão positiva contínua nas vias aéreas [CPAP] e Binível, p. ex.), o fisioterapeuta do sono é o profissional mais indicado para adaptar o paciente a essa terapia, bem como acompanhá-lo em curto, médio e longo prazo, resolvendo problemas e garantindo a adesão e o sucesso ao tratamento.2

Essa atribuição se dá pelo amplo conhecimento desse profissional sobre a fisiologia e a fisiopatologia do sistema respiratório, assim como sobre os efeitos da pressão positiva na interação coração–pulmão, já que muitos pacientes apresentam outras doenças associadas (overlap), como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a insuficiência cardíaca crônica (ICC), além de outras desordens que cursam com hipoventilação. Assim, muitas vezes o tratamento dos DRS (para a manutenção da patência das VAS), deve ser associado a outras estratégias ventilatórias, ou até mesmo à oxigenoterapia suplementar.2

Entretanto, além dessas habilidades supracitadas, para o exercício profissional da fisioterapia nos distúrbios do sono, é necessário comprovar formação, com carga-horária mínima de 120 horas, sendo pelo menos um terço delas destinada à atividade prática. As habilidades e as competências necessárias para isso podem ser consultadas na íntegra na resolução n° 536/2021.11

Avaliação do paciente com distúrbio respiratório do sono

Normalmente, os pacientes já chegam até o fisioterapeuta após terem passado por uma avaliação objetiva com um médico do sono e terem realizado a polissonografia para o diagnóstico do distúrbio do sono. O que avaliação fisioterápica deve então incluir?

Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Não há como falar de avaliação do paciente sem se pensar na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que consiste em um modelo de função e incapacidade e um sistema de classificação proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2001.13

Baseia-se na junção dos modelos médico e social e a abordagem biopsicossocial é usada para se obter uma integração de várias dimensões da saúde (biológica, individual e social). Dessa forma, a funcionalidade e a incapacidade são pensadas como uma interação dinâmica entre as condições de saúde (doença, trauma, lesões, distúrbios) e os fatores contextuais (incluindo fatores pessoais e ambientais). De acordo com a OMS, a CIF tem aplicação universal e pode ser usada por todas as pessoas em qualquer condição de saúde.14

O objetivo da CIF é fornecer uma linguagem padronizada e um referencial teórico para descrever todos os aspectos da saúde de um indivíduo. Essas informações estão organizadas em duas partes. A primeira é dividida em estrutura e função corporal, atividade e participação, e a segunda parte aborda os fatores do contexto e contempla fatores ambientais e pessoais (Figura 3).

FIGURA 3: CIF. // Fonte: Adaptada de Farias e Buchalla.14

Cada um dos componentes da classificação pode ser descrito em termos positivos ou negativos. O domínio funções e estruturas corporais se refere a funções fisiológicas e partes anatômicas do corpo. Deficiência é o termo utilizado para se referir a problemas em estruturas e funções corporais. O domínio atividade se refere à execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo. O termo limitação em atividade são as dificuldades que um indivíduo pode enfrentar ao realizar uma tarefa ou ação. O domínio participação se refere ao envolvimento ou à participação em situações de vida real (p. ex., no trabalho, na sociedade ou na família), e o termo restrição em participação é utilizado para dificuldades que um indivíduo pode experimentar em participar de situações de vida real.

Dessa forma, aspectos da saúde, que não apresentam problemas (neutros), são agrupados sob o termo guarda-chuva “funcionalidade” (estrutura e função corporal, atividade e participação), e os aspectos negativos (deficiência na estrutura e função corporal, limitação e atividade e restrição de participação), sob o termo “incapacidade”.15

Avaliação fisioterapêutica

A avaliação fisioterapêutica pode começar com a avaliação da polissonografia, sendo importante avaliar:

  • o índice de apneia hipopneia (IAH);
  • o IAH no sono REM;
  • o IAH em posição supina;
  • o índice de despertares/hora;
  • o índice de dessaturação de oxigênio (IDO);
  • o tempo com SpO2 menor que 90%;
  • a SpO2 mínima.

É importante registrar dados pessoais como:

  • nome;
  • sexo;
  • data de nascimento;
  • idade;
  • estado civil;
  • ocupação;
  • nome do médico responsável.

A entrevista deve incluir, ainda, o questionamento sobre:

  • a história da condição atual;
  • o teste prévio com CPAP e fatores para não adaptação;
  • se dorme acompanhado;
  • o horário que dorme;
  • o horário que acorda;
  • a posição em que dorme;
  • o uso de medicamentos;
  • a existência de comorbidades;
  • a presença de etilismo;
  • a presença de tabagismo;
  • se pratica atividade física.

No exame físico, deve-se avaliar:

  • o índice de massa corporal (IMC);
  • a circunferência de pescoço;
  • a circunferência abdominal;
  • a SpO2;
  • a FC;
  • o Mallampati modificado;
  • a presença de edema.

Também se torna importante avaliar a capacidade funcional por meio do:

  • teste de caminhada dos seis minutos (TC6min);
  • incremental shuttle walk test;
  • endurance shutte walk test;
  • teste de AVD-Glittre.

Por fim, também é importante avaliar o impacto na qualidade de vida, o que é feito utilizando-se o Quebec Sleep Questionnaire.

Ao final da avaliação, o fisioterapeuta deve:

  • explicar ao paciente o que é o DRS que ele apresenta juntamente com os resultados identificados na polissonografia;
  • associar os sintomas do paciente aos dados observados no exame;
  • explicitar a associação das comorbidades já apresentadas pelo paciente ao DRS;
  • informar como o tratamento vai resolver o distúrbio do sono apresentado e resultar em benefícios.

Adaptação à terapia pressórica

Quando o paciente apresenta DRS, o tratamento de escolha, para a maioria dos indivíduos, principalmente casos moderados e graves, é o uso da adaptação à terapia pressórica (PAP), que se destina a manter a via aérea desobstruída durante o sono.2

O dispositivo de PAP mais utilizado é o CPAP, que impõe uma pressão positiva contínua durante todo o ciclo respiratório, transmitida ao paciente por meio de interfaces (máscaras) nasais, oronasais ou faciais. Essa pressão proporciona um suporte pneumático para a traqueia, mantendo a patência da VAS e impedindo seu colapso.2

Como consequência, são eliminados ou significativamente reduzidos os episódios de hipóxia, os despertares e as variações de pressão intratorácica causadas pelas apneias/hipopneias obstrutivas. Assim, os padrões de sono e da atividade simpática se normalizam, há redução na liberação de agentes inflamatórios e clinicamente observa-se melhora da sonolência diurna. Todo esse conjunto de benefícios estabiliza ou faz regredir as complicações sistêmicas do indivíduo com AOS, impacta positivamente na qualidade de vida e eleva a sobrevida.2

O binível pressórico (conhecido comercialmente como BiPAP®) é um dispositivo que mantém dois níveis de pressão. A pressão inspiratória positiva na via aérea (IPAP) reduz a limitação de fluxo causada pelo estreitamento das VAS durante o sono e aumenta o volume pulmonar; e a pressão expiratória positiva na via aérea (EPAP) mantém a VAS aberta durante a exalação do ar, impedindo o colapso.2

O BiPAP® pode ser indicado em casos de síndrome da hipoventilação da obesidade e de síndrome da hipoventilação alveolar congênita (síndrome de Ondine), para pacientes com doenças pulmonares associadas e para aqueles que não aderiram ao CPAP ou para casos em que a pressão terapêutica indicada de CPAP seja muito alta.2

O ServoVentilador é outro equipamento que foi desenvolvido com intuito de tratar apneias centrais e respiração de Cheyne-Stokes, além das chamadas apneias complexas, mas é pouco utilizado na prática clínica ainda.2 O fisioterapeuta respiratório do sono capacitado é o profissional que realizada essa adaptação, faz a indicação da interface, os ajustes no equipamento, o uso de recursos de conforto e o trabalho educativo com esclarecimentos sobre a importância do tratamento e, além disso, dá seguimento e verifica o controle dos eventos respiratórios, a boa adesão e a melhora da oxigenação. Para que essa boa adesão seja alcançada ou mantida, o acompanhamento do paciente é fundamental.

Acompanhamento do paciente

A literatura aponta uma alta taxa de desistência da terapia com pressão positiva para o tratamento dos DRS, variando (entre 17 e 81%) na maioria dos centros, pois os pacientes enfrentam uma série de dificuldades na adesão (determinada pelo uso do dispositivo por pelo menos 4 horas/noite, em 70% das noites, nos primeiros 90 dias). Destaca-se aqui a escolha inadequada de interface ou do equipamento, o ajuste pressórico inadequado, os “efeitos colaterais” da terapia pressórica, a falta de assistência especializada para sanar dúvidas ou desconfortos.

A utilização de recursos de conforto que existem nos equipamentos por vezes pode ser necessária para auxiliar nos desfechos da terapia. No entanto, o desconhecimento de muitos profissionais sobre os efeitos desses recursos pode comprometer negativamente o tratamento do paciente. Além disso, artigos sugerem que o padrão de adesão é estabelecido precocemente e que o primeiro mês determina a adesão em longo prazo.

Assim, todos os esforços são necessários nesse início de terapia, em que o acompanhamento profissional para a solução de eventuais dificuldades e queixas do paciente proporcione adequada adesão e melhora clínica. Esse acompanhamento pode ser realizado por um misto de intervenções, como: contato telefônico, acesso aos pacientes por redes de comunicação em telefones móveis, consultas presenciais, uso do tele e do automonitoramento.

Tele e automonitoramento

O tele e o automonitoramento emergiram e facilitaram a condução do tratamento para o acompanhamento a distância. Quando por telemonitoramento, a transmissão de dados extraídos do CPAP é realizada remotamente para uma nuvem (cada fabricante usa tecnologia e forma próprias). Essa ferramenta permite ao profissional de saúde acessar rapidamente detalhes do tratamento (transmitidos à noite), como dias e tempo de uso, nível de vazamento, presença de eventos residuais e os tipos de eventos, desconexão da máscara com o rosto etc.17

Outra ferramenta disponível que ajuda muito no engajamento do paciente são os aplicativos de celulares conectados ao CPAP próprio, que os permitem receber notificações diárias sobre seu desempenho no tratamento. Um estudo recente, que incluiu 4.181.490 pacientes do Brasil, México e Estados Unidos, mostrou que adesão à terapia PAP no Brasil foi de 71,7%. O tempo de uso diário médio e os dias de uso com mais de 4 horas/noite na primeira semana foram os preditores mais fortes de adesão ao longo do tempo.17

Em todos os países, mais de 80% dos pacientes em uso de CPAP que foram considerados aderentes em 3 meses ainda estavam usando a terapia em 1 ano, com taxas de adesão superiores a 75%. Os pacientes que se registraram para usar uma ferramenta de engajamento consistentemente tiveram melhor adesão do que aqueles que não o fizeram.

Portanto, a escolha da interface correta, do modo ventilatório adequado, dos recursos de conforto, o uso do tele e do automonitoramento e o acompanhamento profissional especializado e o trabalho educativo são o conjunto fundamental de itens que garantem uma boa adesão à terapia pressórica e resultados efetivos de tratamento para controle da AOS. Como trata-se de um problema crônico de saúde, o bom atendimento e resultados satisfatórios garantem a fidelização do paciente, tornando o processo crescente de pessoas beneficiadas e adeptas ao serviço proposto.18

ATIVIDADES

6. Assinale a alternativa correta em relação à CIF.

A) Por se tratar de uma classificação de incapacidades, cada componente é descrito em termos negativos.

B) Os aspectos da saúde que não apresentam problemas (neutros) são desconsiderados e não avaliados.

C) No domínio atividade, o termo limitação em atividade são as dificuldades que um indivíduo pode enfrentar ao realizar uma tarefa ou ação.

D) Deficiência não é o termo adequado para ser usado nessa classificação, devendo-se utilizar a palavra “incapacidade”.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Cada um dos componentes da CIF pode ser descrito em termos positivos ou negativos. Os aspectos da saúde que não apresentam problemas (neutros) são agrupados sob o termo guarda-chuva “funcionalidade”. Deficiência é o termo utilizado para se referir a problemas em estruturas e funções corporais.

Resposta correta.


Cada um dos componentes da CIF pode ser descrito em termos positivos ou negativos. Os aspectos da saúde que não apresentam problemas (neutros) são agrupados sob o termo guarda-chuva “funcionalidade”. Deficiência é o termo utilizado para se referir a problemas em estruturas e funções corporais.

A alternativa correta é a "C".


Cada um dos componentes da CIF pode ser descrito em termos positivos ou negativos. Os aspectos da saúde que não apresentam problemas (neutros) são agrupados sob o termo guarda-chuva “funcionalidade”. Deficiência é o termo utilizado para se referir a problemas em estruturas e funções corporais.

7. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) com relação à avaliação fisioterapêutica.

Ela pode começar com a avaliação da polissonografia, sendo importante avaliar, por exemplo, o IAH em decúbito lateral.

Na entrevista, é preciso perguntar sobre a posição em que o paciente costuma dormir.

Não é papel do fisioterapeuta conversar com o paciente sobre os resultados do exame. Isso deve ser feito pelo médico que solicitou o exame.

No exame físico, deve-se avaliar o IMC e se há presença de edema.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — F — V

C) F — F — V — V

D) V — V — F — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A avaliação fisioterapêutica pode começar com a avaliação da polissonografia, e o IAH deve ser avaliado em decúbito dorsal, e não lateral. Ao final da avaliação, o fisioterapeuta deve explicar ao paciente o que é o DRS que ele apresenta, juntamente com os resultados identificados na polissonografia; associar os sintomas do paciente aos dados observados no exame; explicitar a associação das comorbidades já apresentadas pelo paciente ao DRS; e informar como o tratamento vai resolver o distúrbio do sono apresentado e resultar em benefícios.

Resposta correta.


A avaliação fisioterapêutica pode começar com a avaliação da polissonografia, e o IAH deve ser avaliado em decúbito dorsal, e não lateral. Ao final da avaliação, o fisioterapeuta deve explicar ao paciente o que é o DRS que ele apresenta, juntamente com os resultados identificados na polissonografia; associar os sintomas do paciente aos dados observados no exame; explicitar a associação das comorbidades já apresentadas pelo paciente ao DRS; e informar como o tratamento vai resolver o distúrbio do sono apresentado e resultar em benefícios.

A alternativa correta é a "B".


A avaliação fisioterapêutica pode começar com a avaliação da polissonografia, e o IAH deve ser avaliado em decúbito dorsal, e não lateral. Ao final da avaliação, o fisioterapeuta deve explicar ao paciente o que é o DRS que ele apresenta, juntamente com os resultados identificados na polissonografia; associar os sintomas do paciente aos dados observados no exame; explicitar a associação das comorbidades já apresentadas pelo paciente ao DRS; e informar como o tratamento vai resolver o distúrbio do sono apresentado e resultar em benefícios.

Pesquisa

A pesquisa científica colabora com o engrandecimento da sociedade. O Brasil tem subido no ranking dos países que mais fazem publicações científicas, tendo em 2022 ocupado a 13a posição no ranking internacional.19

A pesquisa científica é uma forma de registrar descobertas e avanços na área e guiar a prática clínica. A prática baseada em evidências tem sido considerada uma importante mudança de paradigma na educação e na assistência clínica. Ela é definida como uma abordagem que associa a melhor evidência científica disponível com a experiência clínica e as preferências do paciente para a tomada de decisão.20 Dessa forma, seu uso, pelos profissionais de saúde, configura-se como uma forma coerente, segura e sistematizada para fornecer maior qualidade na assistência clínica e aumentar a eficácia da prestação de cuidados.

O pesquisador é o profissional que realiza estudos e investigações em diversas áreas do conhecimento utilizando-se de métodos científicos para coletar, analisar e interpretar os dados. Para realizar essas atividades, ele precisa ter um bom conhecimento teórico sobre sua área de atuação, habilidades técnicas e metodológicas para desenvolver estudos e experimentos e domínio das normas e regulamentações que regem a pesquisa científica.

O pesquisador pode produzir pesquisa no âmbito de sua própria formação, fazendo mestrado, doutorado ou pós-doutorado, por exemplo. Pode ser responsável por orientar alunos de graduação ou pós-graduação, participar de congressos e eventos científicos, colaborar em projetos de pesquisa e buscar financiamento para suas pesquisas.

A atuação do pesquisador pode variar conforme sua formação acadêmica e seus interesses pessoais. Ele pode atuar em instituições de ensino superior, empresas e instituições privadas, órgãos públicos, laboratórios de pesquisa e institutos de pesquisa.

Ensino

A fisioterapia do sono é uma subespecialidade da fisioterapia que se concentra na avaliação e no tratamento de distúrbios do sono, tais como a apneia do sono, a insônia, a narcolepsia e a síndrome das pernas inquietas. Embora tradicionalmente associada ao ambiente clínico, a atuação do fisioterapeuta do sono tem se expandido para a área de ensino, contribuindo para a formação de profissionais de saúde e promovendo a conscientização sobre a importância do sono na saúde geral.

A seguir, são apresentadas as competências do fisioterapeuta do sono na educação.

  • Conhecimento teórico — o fisioterapeuta do sono que atua na educação deve possuir um amplo conhecimento teórico sobre os distúrbios do sono: suas causas, seu diagnóstico e seu tratamento. Esse conhecimento é essencial para fornecer uma base sólida aos estudantes e promover a compreensão da importância do sono para a saúde.
  • Habilidades didáticas — o profissional deve desenvolver habilidades de ensino eficazes para transmitir informações complexas de forma clara e acessível aos estudantes. Isso inclui a capacidade de elaborar materiais didáticos, apresentações e estratégias de ensino.
  • Treinamento multidisciplinar — dada a natureza interdisciplinar dos distúrbios do sono, o fisioterapeuta do sono na área de ensino deve estar preparado para colaborar com outros profissionais de saúde, como médicos, psicólogos e enfermeiros, a fim de fornecer uma abordagem holística ao tratamento dos distúrbios do sono.

Os principais métodos de ensino, que podem ser utilizados pelo profissional da fisioterapia, são abordados a seguir.

  • Palestras e seminários — o fisioterapeuta do sono pode ministrar palestras e seminários em cursos de graduação e pós-graduação em fisioterapia, medicina e áreas afins. Isso permite que os estudantes adquiram conhecimento teórico sobre os distúrbios do sono e suas implicações clínicas.
  • Estudos de caso — a apresentação de estudos de caso reais pode ser uma ferramenta poderosa para demonstrar a aplicação prática dos conceitos aprendidos. Os estudantes podem analisar casos clínicos relacionados aos distúrbios do sono e discutir estratégias de tratamento.
  • Treinamento prático — a realização de estágios práticos em clínicas de sono ou laboratórios do sono proporciona aos estudantes a oportunidade de adquirir experiência prática no tratamento de distúrbios do sono sob supervisão qualificada.

Especificamente com relação ao treinamento prático, na realização da atividade Exames Clínicos Objetivos Estruturados (OSCE),21 uma parte essencial da formação em saúde, o fisioterapeuta do sono tem um papel específico na simulação e na avaliação de cenários relacionados aos distúrbios do sono nesses exames. O fisioterapeuta do sono pode desenvolver cenários realistas relacionados aos distúrbios respiratórios do sono, como a AOS, para que os estudantes possam avaliar e tratar pacientes fictícios.

Durante a prática do OSCE, o fisioterapeuta do sono avalia a capacidade dos estudantes de conduzir uma avaliação clínica completa de um paciente com distúrbios do sono, incluindo a interpretação de históricos médicos, exames físicos e escalas de avaliação de sono.

A presença do fisioterapeuta do sono no OSCE assegura que os estudantes adquiram habilidades clínicas relevantes para o tratamento dos distúrbios do sono. Isso contribui para a formação de profissionais de saúde bem-preparados para lidar com questões de saúde do sono em ambientes clínicos reais, beneficiando assim a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes com distúrbios do sono.

A atuação do fisioterapeuta do sono na área de ensino desempenha um papel fundamental na formação de profissionais de saúde bem-informados sobre os distúrbios do sono e suas implicações clínicas. A abordagem interdisciplinar e o desenvolvimento de competências específicas são essenciais para garantir que os estudantes estejam preparados para enfrentar os desafios complexos relacionados ao sono e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com distúrbios do sono.

Com a crescente conscientização sobre a importância do sono na saúde, a atuação do fisioterapeuta do sono na educação continuará a desempenhar um papel vital na promoção da saúde do sono.

Consultoria

Cada vez mais o mercado de trabalho na área do sono se expande, e os profissionais estão em busca de modelos de negócio que tragam efetividade na terapia e assertividade nas condutas, com rápido retorno de resultados e crescimento de seu serviço.

As consultorias podem ser realizadas de diversas formas:

  • consultoria de modelo de negócio — esse tipo de consultoria permite que profissionais que atuam há mais tempo e que têm serviço com resultados consolidados possam oferecer suporte técnico e clínico àqueles que estão iniciando sua atuação na área do sono;
  • mentorias — uma forma de consultoria com o intuito de levar experiência e conhecimento aos profissionais, com discussão de temas científicos e de casos reais de forma mais individualizada e aprofundada;
  • supervisão de casos — para profissionais que desejam ter apoio de um profissional mais experiente, com troca de experiências e condução mais assertiva, além da promoção de resultados mais rápidos no tratamento;
  • consultoria hospitalar — voltada para a estruturação de protocolos hospitalares que incluem adequações às necessidades circadianas do indivíduo, respeitando seu ciclo sono–vigília o máximo que for possível dentro do cenário da hospitalização.

Empresas de locação e venda

Empresas de comercialização de equipamentos de sono desempenham um papel fundamental na oferta de soluções para distúrbios do sono, como a apneia do sono e a insônia. A atuação do fisioterapeuta do sono nessas empresas oferece uma abordagem estratégica para garantir que os clientes obtenham os produtos mais adequados a suas necessidades, recebam o suporte necessário e, em alguns casos, assumam papéis gerenciais para otimizar a gestão interna.

São competências do fisioterapeuta do sono em empresas:

  • conhecimento profundo dos equipamentos — o fisioterapeuta do sono deve ter um conhecimento aprofundado dos equipamentos disponíveis, incluindo CPAP, dispositivos de ventilação não invasiva, máscaras e outros acessórios, o que permite a seleção adequada com base nas necessidades específicas de cada cliente;
  • avaliação clínica individualizada — a capacidade de realizar avaliações clínicas personalizadas é essencial para determinar as necessidades do cliente, levando em consideração fatores como tipo e gravidade do distúrbio do sono, anatomia facial e preferências pessoais;
  • habilidades gerenciais — em algumas empresas, o fisioterapeuta do sono pode assumir papéis de gestão, coordenando equipes de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços prestados.

Estão entre as estratégias de atuação do fisioterapeuta do sono em empresas:

  • avaliação inicial — o fisioterapeuta do sono realiza uma avaliação inicial abrangente do cliente para entender suas necessidades e sintomas, e, com base nessa avaliação, são recomendados os equipamentos mais adequados;
  • demonstração e treinamento — o fisioterapeuta do sono orienta o cliente na seleção e no uso correto dos equipamentos, fornecendo demonstrações práticas e treinamento individualizado;
  • monitoramento e suporte contínuo — o profissional acompanha o progresso do cliente ao longo do tempo, faz ajustes quando necessário e oferece suporte contínuo para garantir a eficácia do tratamento;
  • gestão interna — em empresas maiores, o fisioterapeuta do sono pode assumir responsabilidades de gestão, supervisionando a equipe de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços por meio de treinamentos específicos para a equipe.

A atuação do fisioterapeuta do sono em empresas de comercialização de equipamentos de sono não se limita apenas ao atendimento direto ao cliente, mas também inclui a possibilidade de desempenhar papéis gerenciais.

A combinação de competências clínicas especializadas, conhecimento profundo dos equipamentos e habilidades de gestão pode beneficiar significativamente os clientes que buscam soluções para distúrbios do sono, bem como melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas. Isso, por sua vez, contribui para a promoção da saúde do sono e a qualidade de vida dos pacientes, fortalecendo a posição competitiva das empresas no mercado de equipamentos de sono.

Segurança do paciente no âmbito hospitalar

Quando se fala em segurança do paciente no âmbito hospitalar, tem-se que ter em mente três esferas importantes: o paciente, o profissional trabalhador em turnos e a instituição. Em relação aos pacientes, muitos protocolos de atendimento e procedimentos para a promoção da saúde e a recuperação do doente são realizados no âmbito hospitalar, mas trabalhos recentes apontam para os impactos negativos desses processos sobre a desregulação circadiana e sobre o ciclo sono–vigília durante o período de internação.22

Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) sofrem com fatores estressores que ocorrem durante a internação ou que podem ser consequência da doença de base. Esses estressores, que incluem os sons constantes de alarmes, as baixas temperaturas e o excesso de luminosidade, modificam o ritmo circadiano e a qualidade do sono do paciente. Além das múltiplas coletas de sangue para exames complementares, que provocam dor e desconforto, o paciente sofre ainda de fatores de ordem física, emocional, psíquica e espiritual. Tais fatores resultam em uma taxa maior de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares, além de agravarem déficits cognitivos e motores e contribuírem para múltiplas vulnerabilidades que se instalam durante a hospitalização.22

Pesquisas realizadas dentro de UTIs apontam distúrbio do sono autorrelatado por 100% dos pacientes. Estudos quantitativos com pacientes na UTI mostram redução da eficiência do sono, do estágio 3 do sono (sono profundo) e do sono REM e aumento do sono diurno e da fragmentação do sono.23-25

O sono de má qualidade na UTI contribui para desfechos adversos no hospital, como delírio, má função respiratória, maior ativação do sistema imunológico e aumento da mortalidade.23,26-28 O fisioterapeuta, inúmeras vezes, precisa fazer ajustes ventilatórios, aspiração endotraqueal, ventilação não invasiva etc. Entende-se que a necessidade sempre se sobrepõe ao horário, porém, quando possível, o entendimento de que o período de sono deve ser preservado traz mais possibilidades de evitar danos ao paciente do que realização desses procedimentos em horário inadequado.

Além disso, para aqueles pacientes que foram detectados com DRS durante o período de hospitalização, a adaptação e o uso da terapia PAP na internação é de grande valia para preservar esse corpo que precisa se restabelecer. O fisioterapeuta, além de realizar essa adaptação intra-hospitalar, deve encaminhar o paciente para tratamento pós-alta, para que ele possa dar continuidade ao tratamento.

A segunda esfera se refere aos trabalhadores em turnos, profissionais que ficam expostos a rotinas desgastantes com alteração do ciclo sono–vigília, a luz desordenada e a condições e horários irregulares das refeições, que criam anomalias na sincronização do biorritmo interno com o ciclo externo. Isso contribui para a alteração em toda ritmicidade circadiana, levando ao aparecimento de doenças como hipertensão, câncer, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e desordens mentais. Hoje existem intervenções baseadas em evidências que podem auxiliar esse profissional e os demais trabalhadores em turnos a minimizar esses efeitos.29

A terceira esfera envolve a instituição. Os setores público e privado de saúde no Brasil empregam, aproximadamente, 1,6 milhão de pessoas, que trabalham em diferentes ambientes, com diferentes graus de exposição a agentes biológicos, físicos e/ou psicológicos, riscos ou perigos. Todos esses efeitos supracitados sobre o paciente e o trabalhador impactam a instituição (Figura 4).

FIGURA 4: Impacto dos distúrbios de sono sobre o paciente, o trabalhador e a instituição. // Fonte: Cedida por Fisioterapeutas do sono.

Um estudo brasileiro mostrou que 41% dos trabalhadores se ausentaram por pelo menos 1 dia no primeiro ano de trabalho e que 24,5% foram licenças de menos de 5 dias (alta frequência de afastamentos para consultas médicas e curto tempo de recuperação das doenças agudas). Esses trabalhadores enfrentam ritmo intenso, jornada em turnos, alta demanda, algumas vezes com péssimas condições de trabalho e alta carga emocional, por lidar e conviver diariamente com o processo de adoecimento e morte. Entre as causas de absenteísmo, 20,2% dos casos foram externas (intoxicação e queimaduras), mas 17,8% tiveram como diagnóstico causas mentais (ansiedade e depressão) e comportamentais (insônia), com 11% de doenças musculoesqueléticas.30

E quem paga essa conta? Pacientes insones representaram custos de € 130 (± € 37) para o seguro nacional de saúde, € 382 (± € 97) em reposição salarial, € 1.813 (± € 356) em perda de produtividade para o empregador e € 184 (± € 50) para o funcionário. Enquanto pacientes considerados bons dormidores representaram custos muito menores, de € 53 (± € 15) para o sistema nacional de seguro de saúde, € 149 (±€ 40) em reposição salarial, € 752 (±€ 165) em perda de produtividade para o empregador e € 84 (±€ 24) para o empregado.31

Além disso, dada a alta prevalência, tanto os pacientes quanto os trabalhadores em turnos podem ser portadores de DRS32 Na Austrália, dados de 2017 mostram um custo total de distúrbios de sono da ordem de AU$ 36,4 bilhões, sendo AU$ 21.151 milhões com apneia do sono, AU$ 10.971 milhões com insônia e AU$ 4.356 milhões com síndrome das pernas inquietas).33

E quando os distúrbios respiratórios de sono não são diagnosticados? Em um estudo publicado na PlosOne em 2022, 26 condições clínicas (p. ex., diabetes) e não clínicas (p. ex., acidentes de carro) foram significativamente influenciadas por esses DRS, contribuindo para um ônus econômico que variou de € 10,7 a € 32 bilhões/ano na Itália. O custo da má qualidade de vida pelo subtratamento da AOS está entre € 2,8 e € 9 bilhões/ano. Esses custos são substancialmente mais elevados do que aqueles para diagnosticar e tratar os distúrbios respiratórios (€ 234 milhões/ano).34

O fisioterapeuta precisa estar atento aos pacientes, aos colegas de trabalho, às rotinas de procedimentos e a si próprio. Reconhecer, diagnosticar e tratar os distúrbios de sono pode impactar de forma significativa a saúde e os desfechos clínicos e econômicos.

ATIVIDADES

8. Analise as afirmativas a seguir com relação às competências da atuação do fisioterapeuta na gestão e atendimento em empresas.

I. Ter conhecimento aprofundado dos equipamentos disponíveis, incluindo CPAP, dispositivos de ventilação não invasiva, máscaras e outros acessórios é muito importante.

II. A capacidade de realizar avaliações clínicas não é essencial para a gestão e o atendimento em empresas.

III. Habilidades gerenciais não são necessárias para o trabalho do fisioterapeuta em gestão de negócios.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Quanto às competências do fisioterapeuta do sono em empresas, o fisioterapeuta do sono deve ter a capacidade de realizar avaliações clínicas personalizadas. Isso é essencial para determinar as necessidades do cliente, levando em consideração fatores como tipo e gravidade do distúrbio do sono, anatomia facial e preferências pessoais. Além disso, em algumas empresas, o fisioterapeuta do sono pode assumir papéis de gestão, coordenando equipes de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços prestados. Para isso, habilidades gerenciais são essenciais.

Resposta correta.


Quanto às competências do fisioterapeuta do sono em empresas, o fisioterapeuta do sono deve ter a capacidade de realizar avaliações clínicas personalizadas. Isso é essencial para determinar as necessidades do cliente, levando em consideração fatores como tipo e gravidade do distúrbio do sono, anatomia facial e preferências pessoais. Além disso, em algumas empresas, o fisioterapeuta do sono pode assumir papéis de gestão, coordenando equipes de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços prestados. Para isso, habilidades gerenciais são essenciais.

A alternativa correta é a "A".


Quanto às competências do fisioterapeuta do sono em empresas, o fisioterapeuta do sono deve ter a capacidade de realizar avaliações clínicas personalizadas. Isso é essencial para determinar as necessidades do cliente, levando em consideração fatores como tipo e gravidade do distúrbio do sono, anatomia facial e preferências pessoais. Além disso, em algumas empresas, o fisioterapeuta do sono pode assumir papéis de gestão, coordenando equipes de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços prestados. Para isso, habilidades gerenciais são essenciais.

9. Analise as afirmativas a seguir referente às estratégias de atuação do fisioterapeuta do sono em empresas.

I. Avaliação inicial abrangente do cliente.

II. Demonstração e treinamento, em que o fisioterapeuta orienta o cliente na seleção e no uso correto dos equipamentos.

III. Monitoramento e suporte contínuo do progresso do cliente com relação a seu tratamento.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


Entre as estratégias de atuação do fisioterapeuta do sono em empresas, pode-se incluir: avaliação inicial (o fisioterapeuta do sono realiza uma avaliação inicial abrangente do cliente para entender suas necessidades e seus sintomas, para, com esses dados, recomendar os equipamentos mais adequados); demonstração e treinamento (o fisioterapeuta do sono orienta o cliente na seleção e no uso correto dos equipamentos, fornecendo demonstrações práticas e treinamento individualizado); monitoramento e suporte contínuo (o fisioterapeuta acompanha o progresso do cliente ao longo do tempo, faz ajustes quando necessário e oferece suporte contínuo para garantir a eficácia do tratamento). Além disso, em empresas maiores, o fisioterapeuta do sono pode assumir responsabilidades de gestão, supervisionando a equipe de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços por meio de treinamentos específicos para a equipe.

Resposta correta.


Entre as estratégias de atuação do fisioterapeuta do sono em empresas, pode-se incluir: avaliação inicial (o fisioterapeuta do sono realiza uma avaliação inicial abrangente do cliente para entender suas necessidades e seus sintomas, para, com esses dados, recomendar os equipamentos mais adequados); demonstração e treinamento (o fisioterapeuta do sono orienta o cliente na seleção e no uso correto dos equipamentos, fornecendo demonstrações práticas e treinamento individualizado); monitoramento e suporte contínuo (o fisioterapeuta acompanha o progresso do cliente ao longo do tempo, faz ajustes quando necessário e oferece suporte contínuo para garantir a eficácia do tratamento). Além disso, em empresas maiores, o fisioterapeuta do sono pode assumir responsabilidades de gestão, supervisionando a equipe de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços por meio de treinamentos específicos para a equipe.

A alternativa correta é a "D".


Entre as estratégias de atuação do fisioterapeuta do sono em empresas, pode-se incluir: avaliação inicial (o fisioterapeuta do sono realiza uma avaliação inicial abrangente do cliente para entender suas necessidades e seus sintomas, para, com esses dados, recomendar os equipamentos mais adequados); demonstração e treinamento (o fisioterapeuta do sono orienta o cliente na seleção e no uso correto dos equipamentos, fornecendo demonstrações práticas e treinamento individualizado); monitoramento e suporte contínuo (o fisioterapeuta acompanha o progresso do cliente ao longo do tempo, faz ajustes quando necessário e oferece suporte contínuo para garantir a eficácia do tratamento). Além disso, em empresas maiores, o fisioterapeuta do sono pode assumir responsabilidades de gestão, supervisionando a equipe de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços por meio de treinamentos específicos para a equipe.

Paciente de 75 anos de idade, sexo masculino, caucasiano, procura centro de saúde com queixa de cansaço, noctúria, refluxo gastroesofágico noturno, pesadelos, dores de cabeça ao acordar, irritabilidade excessiva e sonolência diurna. É hipertenso e diabético, e está usando medicamentos para controle. O médico, ao avaliá-lo, indicou o exame de polissonografia completa tipo I, que evidenciou AOS grave, com tempo prolongado de saturação inferior a 90%. O paciente foi então encaminhando ao fisioterapeuta do sono. Ao chegar à clínica, o profissional deu sequência à avaliação.

ATIVIDADES

10. Assinale a afirmativa correta com relação sos dados importantes avaliados pelo profissional.

I. O fisioterapeuta observou alto IAH, sendo mais grave no sono REM, sem correlação com mudanças de decúbito. Os despertares do paciente sinalizam a queixa de sonolência e cansaço, sendo o tempo de hipoxemia relevante para a queixa de cefaleia matinal e de cefaleia.

II. O profissional questionou sobre o início dos sintomas, os hábitos de sono e os medicamentos em uso, bem como sobre as demais comorbidades, e sobre etilismo e tabagismo e se o paciente pratica atividade física.

III. Foi avaliada a circunferência de pescoço, a circunferência abdominal, a SpO2 basal, a FC, o Mallampati modificado e a presença de edema de membros inferiores.

IV. O fisioterapeuta realizou a adaptação à terapia pressórica, o teste de máscaras e os ajustes de recursos de conforto, esclareceu ao paciente sobre a importância do tratamento e propôs acompanhamento por contato telefônico e telemonitoramento.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I, a II e a IV.

C) Apenas a II, a III e a IV.

D) A I, a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


Todas as afirmativas estão corretas e se enquadram nas atribuições do fisioterapeuta do sono que atua no tratamento de DRS.

Resposta correta.


Todas as afirmativas estão corretas e se enquadram nas atribuições do fisioterapeuta do sono que atua no tratamento de DRS.

A alternativa correta é a "D".


Todas as afirmativas estão corretas e se enquadram nas atribuições do fisioterapeuta do sono que atua no tratamento de DRS.

Conclusão

Por ser uma área de atuação jovem e em franca expansão, as perspectivas para o futuro são muitas. As autoras deste capítulo destacam, em primeiro lugar, a inserção desse campo do saber dentro da formação dos fisioterapeutas. Quantos já ouviram falar sobre sono quando estavam na graduação? Provavelmente, um número expressivo de profissionais nunca tenha ouvido falar sobre o sono e sua relação com a saúde de maneira geral, ou sobre a atuação do fisioterapeuta no tratamento dos distúrbios do sono.

O sono é uma função fisiológica e vital, por isso é importante que ele seja estudado e inserido no contexto da formação dos fisioterapeutas de forma obrigatória em todo o território nacional, principalmente porque os fisioterapeutas podem atuar em vários seguimentos, conforme já citado. As autoras deste capítulo acreditam que, à medida que mais cursos voltados ao tema forem surgindo, esse é um caminho natural.

A criação de mais cursos latu senso voltados para a formação teórico-prática do fisioterapeuta de qualidade é mais uma expectativa para o futuro — especializações com o olhar voltado para a atuação prática do fisioterapeuta no âmbito dos distúrbios do sono, com uma formação bem embasada na fisiologia do sono, na fisiologia respiratória do sono e nos distúrbios do sono de maneira geral.

É preciso que o aluno possa atrelar o conhecimento teórico a sua prática clínica e à tomada de decisão baseada em evidências, entendendo que não existe receita de bolo, mas que cada indivíduo é único e merece um atendimento individualizado e especializado. Atualmente, estão sendo dados passos no sentindo de tornar a área de atuação do fisioterapeuta do sono uma especialidade da fisioterapia, com o devido reconhecimento e prova de especialidade, para que também se possa fornecer uma formação adequada e profissionais devidamente qualificados, evitando a informalidade. Em longo prazo, espera-se que cursos stricto senso possam surgir voltados para o fisioterapeuta.

Espera-se ver fisioterapeutas qualificados participando de congressos nacionais e internacionais, com publicação de artigo científicos relevantes, teses de doutorado e dissertações de mestrado com impacto na área clínica. O único caminho para se chegar a esse fim é muito estudo, perseverança e união da classe.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: B

Comentário: A atuação do fisioterapeuta em sono é bastante recente e vem conquistando o seu espaço com o passar dos anos, entretanto, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Atualmente, apenas dois cursos, um de especialização latu senso e outro de capacitação, são exclusivos para fisioterapeutas — a grande maioria é multiprofissional e acaba abordando o tema sono de forma mais genérica, sem um aprofundamento para o fisioterapeuta.

Atividade 2 // Resposta: C

Comentário: A Assobrafir solicitou ao Coffito o reconhecimento da fisioterapia aplicada aos distúrbios do sono como área de atuação das especialidades fisioterapia cardiorrespiratória e fisioterapia em terapia intensiva no ano de 2014. O Departamento de Fisioterapia Aplicada aos Distúrbios Respiratórios do Sono foi criado para proporcionar aos fisioterapeutas respiratórios que já atuavam, ou pretendiam atuar na área do sono, formação e informação sobre o tema. O Sonofir é um congresso voltado para a atuação clínica dos fisioterapeutas nos distúrbios do sono.

Atividade 3 // Resposta: D

Comentário: O laboratório do sono é um espaço destinado tanto ao estudo dos distúrbios comportamentais respiratórios do sono. A polissonografia domiciliar (tipo II) é um exame não assistido por um técnico, realizado na casa do paciente, mas pode ser papel do fisioterapeuta ir até o domicílio do paciente, e o fisioterapeuta tem como função, entre outras, aplicar-lhe o questionário antes do exame e, depois, além de retirar os sensores, aplicar o questionário pós-exame. A poligrafia respiratória (tipo III) é um exame não assistido por um técnico.

Atividade 4 // Resposta: B

Comentário: O teste de múltiplas latências do sono consiste de cinco oportunidades oferecidas ao paciente para dormir em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. É realizado em laboratório do sono durante o dia seguinte à polissonografia, devendo ser iniciado em torno de 90 a 180 minutos após o despertar do paciente. O paciente deve vestir roupas diurnas, e não pijamas.

Atividade 5 // Resposta: B

Comentário: O teste de manutenção de vigília avalia a capacidade de permanecer acordado e consiste de quatro registros de 40 minutos cada, efetuados em intervalos de 2 horas, durante o período habitual de vigília. Durante cada registro, o paciente fica sentado, com luminosidade baixa, mas não no escuro, e é instruído para tentar não adormecer. Durante os intervalos entre os testes, o paciente deve permanecer acordado, fora da cama, com luz e sem fazer atividades estimulantes.

Atividade 6 // Resposta: C

Comentário: Cada um dos componentes da CIF pode ser descrito em termos positivos ou negativos. Os aspectos da saúde que não apresentam problemas (neutros) são agrupados sob o termo guarda-chuva “funcionalidade”. Deficiência é o termo utilizado para se referir a problemas em estruturas e funções corporais.

Atividade 7 // Resposta: B

Comentário: A avaliação fisioterapêutica pode começar com a avaliação da polissonografia, e o IAH deve ser avaliado em decúbito dorsal, e não lateral. Ao final da avaliação, o fisioterapeuta deve explicar ao paciente o que é o DRS que ele apresenta, juntamente com os resultados identificados na polissonografia; associar os sintomas do paciente aos dados observados no exame; explicitar a associação das comorbidades já apresentadas pelo paciente ao DRS; e informar como o tratamento vai resolver o distúrbio do sono apresentado e resultar em benefícios.

Atividade 8 // Resposta: A

Comentário: Quanto às competências do fisioterapeuta do sono em empresas, o fisioterapeuta do sono deve ter a capacidade de realizar avaliações clínicas personalizadas. Isso é essencial para determinar as necessidades do cliente, levando em consideração fatores como tipo e gravidade do distúrbio do sono, anatomia facial e preferências pessoais. Além disso, em algumas empresas, o fisioterapeuta do sono pode assumir papéis de gestão, coordenando equipes de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços prestados. Para isso, habilidades gerenciais são essenciais.

Atividade 9 // Resposta: D

Comentário: Entre as estratégias de atuação do fisioterapeuta do sono em empresas, pode-se incluir: avaliação inicial (o fisioterapeuta do sono realiza uma avaliação inicial abrangente do cliente para entender suas necessidades e seus sintomas, para, com esses dados, recomendar os equipamentos mais adequados); demonstração e treinamento (o fisioterapeuta do sono orienta o cliente na seleção e no uso correto dos equipamentos, fornecendo demonstrações práticas e treinamento individualizado); monitoramento e suporte contínuo (o fisioterapeuta acompanha o progresso do cliente ao longo do tempo, faz ajustes quando necessário e oferece suporte contínuo para garantir a eficácia do tratamento). Além disso, em empresas maiores, o fisioterapeuta do sono pode assumir responsabilidades de gestão, supervisionando a equipe de atendimento, otimizando processos internos e garantindo a qualidade dos serviços por meio de treinamentos específicos para a equipe.

Atividade 10 // Resposta: D

Comentário: Todas as afirmativas estão corretas e se enquadram nas atribuições do fisioterapeuta do sono que atua no tratamento de DRS.

Referências

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Autoras

FLÁVIA BAGGIO NERBASS // Graduada em Fisioterapia pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Doutora em Ciências pelo Laboratório do Sono, Divisão de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP). Certificada em Fisioterapia do Sono pela Associação Brasileira do Sono (ABS) e pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) por Notório Saber. Sócia fundadora da TRINO/Terapia Respiratória e do Sono, Pesquisa & Ensino. Sócia fundadora da Academia on-line de Fisioterapeutas do Sono. Diretora Regional de MG da Assobrafir. Membro do Departamento de Fisioterapia nos Distúrbios Respiratórios do Sono da Assobrafir. Membro da Liga Mineira de Sono.

LILIANE PATRÍCIA DE SOUZA MENDES // Graduada em Fisioterapia. Mestra e Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). PhD em Health Sciences pela Universidade de Sydney, Austrália. Sócia fundadora da TRINO/Terapia Respiratória e do Sono, Pesquisa & Ensino. Sócia fundadora da Academia on-line Fisioterapeutas do sono. Membro da Liga Mineira de Sono.

RAFAELA GARCIA SANTOS DE ANDRADE // Graduada em Fisioterapia. Doutora em Ciências pelo Laboratório do Sono, divisão de pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP). Certificada em Fisioterapia do Sono pela Associação Brasileira do Sono (ABS) e pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) por Notório Saber. Sócia proprietária da ATERPO, consultoria em CPAP e Binível para distúrbios respiratórios do sono. Sócia fundadora da Academia on-line de Fisioterapeutas do sono. Coordenadora do Departamento Fisioterapia nos Distúrbios Respiratórios do Sono da Assobrafir.

VIVIEN SCHMELING PICCIN // Graduada em Fisioterapia. Pós-doutora em Ciências pelo Laboratório do Sono, divisão de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Doutora em Ciências, Departamento de Patologia da FMUSP. Especialista em Fisioterapia Respiratória pelo Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP. Certificada em Fisioterapia do Sono pela Associação Brasileira do Sono (ABS) e pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) por Notório Saber. Sócia proprietária da ATERPO. Sócia proprietária da Fisioterapeutas do sono.

Como citar a versão impressa deste documento

Nerbass FB, Mendes LPS, Andrade RGS, Piccin VS. Fisioterapia do sono: O que muda com o reconhecimento dessa área de atuação? In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; Martins JA, Nascimento LL, Mendes LPS, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 41–72. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).

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