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FISIOTERAPIA NAS TENDINOPATIAS PATELAR E DO TENDÃO CALCÂNEO

Autores: Carlos Eduardo Pinfildi, Julio Fernandes de Jesus, Ricardo Luís Salvaterra Guerra, Mariana da Costa Aguiar Ventura, Pedro Rizzi de Oliveira, Lucas Simões Arrebola, André Cabral Sardim
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever o papel dos exames de imagem e da fisioterapia no tratamento das tendinopatias;
  • reconhecer que não há consenso sobre o tratamento mais eficaz, mas diversas formas de abordagem das tendinopatias;
  • interpretar o que a tendinopatia representa para o paciente;
  • lidar de forma mais ampla e crítica com a relação do paciente com a lesão e do fisioterapeuta com o paciente.

Esquema conceitual

Introdução

Cada vez mais, as tendinopatias ganham destaque na literatura, em virtude da complexidade e do grande número de casos que não são resolvidos em sua totalidade. Essa diversidade de tratamentos e opiniões vem sendo discutida pelo fato de não se observar, ainda, relação direta entre dor, estrutura e função dos pacientes com tendinopatias.

Durante muitos anos, pensou-se que a origem de todos os sintomas era a lesão tecidual de forma crônica e que a recuperação do tecido de forma completa ou parcial poderia levar à melhora da dor. A literatura vem mostrando que não há essa relação direta e que é possível encontrar, com frequência, pacientes sem lesões teciduais e com sintomatologia importante, e o oposto também é verdadeiro. Nas últimas décadas, tem aumentado o número de grupos de pesquisa que se interessam tanto pelo tratamento quanto pelo entendimento da tendinopatia.

Dessa forma, pode-se observar duas vertentes importantes na literatura que demonstram caminhos diferentes; uma delas é que não se deve focar o tratamento da tendinopatia com intervenções que tenham objetivo de reparo tecidual, e, sim, apenas com exercícios resistidos, pois não há suporte científico que mostre essa relação; a outra visão já mostra que não há tecnologia suficiente para detectar se há alterações estruturais com os tratamentos que visam melhorar o reparo tecidual e se isso pode levar à melhora do quadro álgico e da função.

Como observado, a literatura está em um momento importante de novos caminhos e de entendimento de uma lesão que muitos anos ficou estagnada no pensamento apenas tecidual. O desenvolvimento de novos estudos e novas tecnologias pôde evidenciar que ainda se está no início de entender como os exercícios resistidos realmente atuam na melhora da sintomatologia, como se pode interferir de forma segura e eficaz no reparo tecidual e o quanto ele será importante para esse processo.

A pergunta que permanece e que pode demorar algumas décadas para ser respondida é: por que há casos mais graves, em sintomatologia e tecidual, que se recuperam em sua totalidade e casos mais leves que não conseguem se recuperar? Esse questionamento é levantado pela literatura atual, que acrescenta outro ponto para essa complexa teia da tendinopatia, que são os fatores biopsicossociais dos pacientes com dor crônica. Portanto, este capítulo tenta levar o leitor a uma visão ampla da literatura e de como se pode pensar nos próximos anos para o entendimento da tendinopatia e dos tratamentos propostos.

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