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Fratura do tornozelo em criança

Autores: Gilberto Francisco Brandão, Davi Coutinho Fonseca Fernandes Gomes
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  • Introdução

As fraturas do tornozelo são o segundo tipo mais comum de fraturas em crianças e adolescentes, ou terceiro, se considerarmos as lesões de falanges.1,2 Durante o crescimento, a fise aberta é relativamente mais fraca do que os ligamentos. Traumatismos podem causar, com frequência, lesões fisárias e fraturas, embora as lesões ligamentares não sejam raras nessa faixa etária.2

Na criança em desenvolvimento, a fise tem mais suscetibilidade para lesão do que as estruturas que circundam a articulação do tornozelo. Isso é especialmente verdadeiro durante o estirão do crescimento quando há associação do aumento de atividade física pela criança e um crescimento fisário acelerado.3 Lesão fisária do tornozelo representa aproximadamente de 9 a 18% das lesões fisárias entre 10 e 15 anos.

O ligamento deltoide é responsável pela estabilidade medial do tornozelo. A estabilidade lateral é dada pelos ligamentos talofibular posterior, calcaneofibular e talofibular anterior. A estabilidade distal da tíbia e fíbula é dada pelos ligamentos tibiofibular anterior e posterior. Os ligamentos são inseridos na epífise da tíbia e fíbula e são geralmente mais resistentes a lesões do que a fise; portanto, lesões traumáticas do tornozelo nessa faixa etária são mais susceptíveis a provocarem lesões fisárias e ósseas do que as lesões ligamentares.

A fise distal da tíbia é responsável por 45% do crescimento da tíbia. O crescimento da tíbia continua até 16 anos em meninos e até 14 anos em meninas. O fechamento da fise distal da tíbia ocorre de forma assimétrica durante um período de aproximadamente 18 meses, sendo que nesse período pode ocorrer lesão fisária específica (Tillaux e triplanar). Durante esse período, a fise começa a fechar na porção central, seguida da região anteromedial e posteromedial e por último a porção anterolateral.4

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • classificar de forma adequada os diferentes tipos de lesão de tornozelo;
  • conduzir o atendimento inicial a uma fratura do tornozelo em crianças e adolescentes;
  • indicar o tratamento ideal para cada tipo de fratura, seja cirúrgico ou conservador;
  • identificar casos de barra fisária, bem como aplicar o tratamento ideal;
  • interpretar corretamente as possíveis complicações decorrentes de uma fratura no tornozelo em crianças.
  • Esquema conceitual
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