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GERENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

Autores: Maria Cristina Sant Anna da Silva, Rosimere Ferreira Santana, Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt, Lucimar de Souza Campos
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • analisar os aspectos fundamentais da gestão administrativa das instituições de longa permanência para idosos;
  • identificar os fatores que contribuem para a qualidade do cuidado aos residentes em instituições de longa permanência para idosos;
  • estabelecer estratégias de gestão administrativa e de cuidado para qualificar a atenção em instituições de longa permanência para idosos;
  • reconhecer a importância e a necessidade da sistematização da assistência de enfermagem para a gestão do cuidado centrado no residente em instituição de longa permanência para idosos;
  • considerar o processo de enfermagem como norteador do cuidado de enfermagem aos idosos residentes em instituição de longa permanência e colaborador no desenvolvimento do plano individual de atendimento.

Esquema conceitual

Introdução

O aumento de pessoas idosas na população e a maior longevidade trazem desafios para a sociedade, o governo, as famílias e as próprias pessoas idosas. Um desses desafios é o atendimento daqueles que precisam de auxílio ou de supervisão de terceiros para as atividades de vida diária (AVDs).

No Brasil, o Estatuto do Idoso dispõe que esse atendimento deve ser prioritariamente realizado pelas famílias, mas, na ausência destas ou na impossibilidade de manutenção da própria sobrevivência, o atendimento institucional é uma possibilidade.1 Ele pode ser temporário ou de longa duração, realizado em instituição de longa permanência para idosos (ILPI), expressão que começou a ser utilizada no País pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).2

As ILPIs são destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade de 60 anos ou mais, com ou sem suporte familiar, têm caráter residencial, podem ser governamentais ou não governamentais, devendo garantir a liberdade, a dignidade e a cidadania dos residentes, e devem estar legalmente constituídas.3

Ao abrigar pessoas idosas com diferentes necessidades e graus de dependência, a ILPI precisa primar pela eficiência da atenção e da gestão, garantindo conforto biopsicossocial e espiritual a seus residentes, recursos humanos capacitados, recursos financeiros, materiais e infraestrutura necessários. Para tal, é preciso considerar as condições da instituição, as necessidades do serviço e a legislação, estabelecendo fluxos de processos e rotinas para manter a qualidade, a segurança e a humanização do atendimento.4

Desse modo, cada vez mais a ILPI se torna um modelo assistencial de alta complexidade para o atendimento sociossanitário da pessoa idosa. Ou seja, é um ambiente de cuidado social e de saúde, híbrido, considerado o último recurso assistencial da linha de cuidado à pessoa idosa, por ser aquele que possui como perfil idosos de alta complexidade — em isolamento social e com grave perda da autonomia e independência, ou ambos.

Essa mudança estrutural da ILPI como tecnologia assistencial à pessoa idosa emergente com o envelhecimento contemporâneo, como espaço de cuidado, destaca-se enquanto campo de trabalho para os profissionais da enfermagem. Estes detêm papel relevante na oferta de cuidados às pessoas idosas institucionalizadas, cujo preparo deve ser uma prioridade nacional, com a formação em enfermagem gerontológica.

No caso do enfermeiro, que tradicionalmente desempenha o papel assistencial e de gestor do cuidado, surge também cada vez mais a possibilidade de ser gestor de ILPI, seja como responsável técnico ou como proprietário autônomo. Vale ressaltar que a instituição deve ter gestão administrativa e gestão de cuidados, além de gestão de pessoas e gestão financeira.

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