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HEMATOMA SUBDURAL CRÔNICO

Autores: Josecy Maria de Souza Peixoto, Mônica Hupsel Frank, Raimundo Nonato Ribeiro Fernandes, Manuela Oliveira de Cerqueira Magalhães
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  • Introdução

Hematoma subdural crônico (HSDChematoma subdural crônico) é uma coleção de sangue, de crescimento lento, localizada entre a dura-máter e a aracnoide, que pode se apresentar na forma líquida ou como coágulo, septado e encapsulado, que não se expande para a subaracnoide ou as cisternas interpedunculares.1,2

O HSDChematoma subdural crônico foi descrito pela primeira vez por J.J. Wepfer, em 1657. Virchow, em 1857, detalhou a fisiopatologia do hematoma e o denominou de paquimeningite hemorrágica interna. Mais tarde, em 1914, Trotter o denominou de cisto hemorrágico subdural, lançando a teoria da lesão cerebral traumática.1,2

Geralmente, o hematoma subdural tem o trauma como principal etiologia, e o tempo decorrido entre o evento e o aparecimento das manifestações clínicas é utilizado para classificá-los da seguinte forma:1

 

  • hematoma subdural agudo — as manifestações aparecem nos primeiros três dias pós-trauma;
  • hematoma subdural subagudo — as manifestações aparecem entre 4 e 21 dias pós-trauma;
  • hematoma subdural crônico — as manifestações aparecem após 21 dias do trauma.

O hematoma subdural é uma das condições neurocirúrgicas mais comuns, com expectativa de dobrar a incidência em 2030, frente ao envelhecimento populacional, uma vez que trauma em idosos e aumento da prevalência de doenças crônicas com maior utilização de fármacos anticoagulantes (ACanticoagulantes) e antiagregantes plaquetários (AAPantiagregante plaquetários) representam fatores etiológicos já conhecidos.1,3

O consumo crônico de álcool e a atrofia cerebral podem levar a uma exacerbada contração cerebral no idoso, resultando em tensão nos vasos da ponte, que pode romper após traumas leves.4

Em idosos, a atrofia cerebral determina um maior volume extracerebral entre o parênquima e a calota craniana, aproximadamente 11%, permitindo uma maior movimentação do cérebro. Essa condição, associada à existência de comorbidades limitantes que deixam os idosos vulneráveis às quedas, os predispõem à formação de HSDChematoma subdural crônico.1

Com sintomatologia inespecífica que poderia ser justificada por condições preexistentes, o diagnóstico do HSDChematoma subdural crônico pode ser ignorado, levando a erros de abordagem.1,2,5 Em 50% dos casos, os pacientes idosos, seus familiares ou cuidadores não conseguem relatar uma história de traumatismo craniano.6,7

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • atualizar conhecimentos sobre HSDChematoma subdural crônico em idosos;
  • atentar para o diagnóstico de HSDChematoma subdural crônico em idosos com fatores de risco;
  • estabelecer uma abordagem qualificada para o diagnóstico de HSDChematoma subdural crônico;
  • opinar sobre as orientações terapêuticas pertinentes para HSDChematoma subdural crônico;
  • relacionar a possibilidade de hematoma subdural com o diagnóstico de transtornos neurocognitivos.
  • Esquema conceitual
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