- Introdução
As síndromes mielodisplásicas (SMDsíndrome mielodisplásicas) englobam um grupo heterogêneo de distúrbios hematopoiéticos clonais caracterizado por hematopoiese ineficaz, citopenia do sangue periférico e hipercelularidade da medula óssea.1
Nas SMDsíndrome mielodisplásicas, as células da linhagem afetadas são incapazes de sofrer maturação e diferenciação, o que resulta em citopenias. O principal significado clínico desses distúrbios é a morbidade associada à intensa citopenia e o potencial para evoluir para leucemia mieloide aguda (LMAleucemia mieloide aguda), que ocorre em 30% dos casos da SMDsíndrome mielodisplásica.2
A real incidência da SMDsíndrome mielodisplásica é desconhecida, porém estimativas de banco de dados de câncer sugerem cerca de 10.000 a 15.000 novos casos de SMDsíndrome mielodisplásica nos EUA por ano.3 De acordo com Vassalo e colaboradores, a incidência é de 2-12/100.000 habitantes/ano na população geral, aumentando para 50/100.000 habitantes/ano na faixa etária acima dos 70 anos. A SMDsíndrome mielodisplásica raramente ocorre em indivíduos jovens e crianças.4
Dados de 2012 a 2016 do National Cancer Institute’s Surveillance, Epidemiology & End Reports (SEERSurveillance, Epidemiology & End Reports) indicam que 90,2% dos casos de SMDsíndrome mielodisplásica foram diagnosticados em indivíduos com 60 anos ou mais (idade média de 76 anos). Em todas as idades, é mais frequente a ocorrência no sexo masculino.5
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- considerar a presença de SMDsíndrome mielodisplásica em paciente idoso;
- classificar o subtipo de SMDsíndrome mielodisplásica;
- indicar e interpretar os exames subsidiários necessários na avaliação do paciente com SMDsíndrome mielodisplásica;
- avaliar o idoso com diagnóstico de SMDsíndrome mielodisplásica realizando uma avaliação geriátrica ampla;
- propor a terapia específica para SMDsíndrome mielodisplásica;
- abordar os cuidados paliativos no idoso com SMDsíndrome mielodisplásica.
- Esquema conceitual