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HEMORRAGIA DIGESTIVA

Fernanda Areco Costa Ferreira Torres

Sarah Anne Packer

Camila Ferreira Lima

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Introdução

O sangramento gastrintestinal é um fenômeno assustador e causa comum de atendimentos emergenciais. Apesar disso, apenas um pequeno número dos casos requer abordagem hospitalar. Isso sugere que, na grande maioria das apresentações, trata-se de um evento não ameaçador da vida. Assim, é imprescindível realizar uma boa e adequada anamnese, associada à avaliação, para definir as causas de potencial gravidade. De toda forma, esse episódio demanda certa urgência diagnóstica e terapêutica.

O pediatra deve avaliar rapidamente a extensão e a gravidade do sangramento. Sinais de anemia e hipovolemia precisam ser investigados. Alguns dos parâmetros que determinam gravidade são:

 

  • instabilidade hemodinâmica;
  • queda da hemoglobina (Hb) superior a 2 pontos;
  • necessidade de transfusão de hemácias.

Dependendo da localização — proximal ou distal em relação ao ligamento de Treitz, local da junção duodenojejunal —, o sangramento é classificado como alto ou baixo. O sangramento proximal (hemorragia digestiva alta [HDA]) pode se manifestar por meio de melena, hematêmese ou hematoquezia. Já o sangramento distal (hemorragia digestiva baixa [HDB]) se apresenta com enterorragia ou hematoquezia. Esses sinais são descritos a seguir:1,2

 

  • melena — em 90% dos casos, está relacionada a casos de HDA, correspondendo a evacuações de cor negra, que costumam ser comparadas a borra de café e apresentam odor fétido;
  • hematêmese — indica que a origem do sangramento é alta (HDA), consistindo em vômitos com conteúdo sanguinolento;
  • hematoquezia e enterorragia — são termos que indicam evacuações com sangue, em geral, com origem abaixo do ângulo de Treitz (HDB);
  • sangue oculto nas fezes (HDA e HDB) — reflete a perda sanguínea imperceptível.

Os locais mais passíveis de apresentar sangramentos são:1,2

 

  • esôfago;
  • estômago;
  • duodeno.

Este capítulo pretende capacitar o leitor a identificar, por meio da anamnese, pontos-chave para a definição da etiologia, sempre de acordo com a idade e a apresentação clínica, e a estratificar a gravidade do sangramento. Além disso, serão abordados os meios diagnósticos e as terapêuticas mais adequadas para o manejo voltado a cada causa.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar, por meio da anamnese, pontos-chave que apontem para a etiologia do sangramento gastrintestinal;
  • reconhecer aspectos de relevância para estratificar a gravidade do sangramento gastrintestinal;
  • identificar a etiologia do sangramento gastrintestinal de acordo com a idade e a apresentação clínica;
  • utilizar os meios diagnósticos e as terapêuticas mais adequadas para o manejo voltado a cada etiologia de sangramento gastrintestinal.

Esquema conceitual

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