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HIPERTENSÃO RENOVASCULAR E DOENÇA RENOVASCULAR — DIAGNÓSTICO, ABORDAGEM E TRATAMENTO

Autor: Flavio Antonio de Oliveira Borelli
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  • Introdução

A hipertensão renovascular (HRVhipertensão renovascular) é uma condição clínica secundária à estenose da artéria renal (EARestenose da artéria renal) parcial ou total, unilateral ou bilateral ou de um de seus ramos. É desencadeada e mantida por isquemia do tecido renal e é geralmente confundida com a doença renovascular (DRVdoença renovascular), já que em ambos os cenários a EARestenose da artéria renal está presente. Porém, enquanto no primeiro cenário a EARestenose da artéria renal é condição primordial para a presença da hipertensão arterial (HTAhipertensão arterial), no segundo não há essa relação, pois a redução luminal não é capaz de modificar a perfusão tecidual renal e, portanto, não é a responsável pela HTAhipertensão arterial.

Há dois séculos, Tigerstedt e Bergmann identificaram um extrato renal que exercia efeito pressor em animais de laboratório.1 Porém, foi a partir dos experimentos de Goldblatt e colaboradores, em 1930, que os achados de Tigerstedt ficaram mais evidentes, ao demonstrarem que a ligadura da artéria renal em cães promovia isquemia tecidual renal e o consequente aumento da pressão arterial (PApressão arterial).2 Em seres humanos, a identificação de hormônios em amostras de sangue de portadores de EARestenose da artéria renal introduziu uma nova era na história da HTAhipertensão arterial, tornando possível identificar e corrigir, se necessário, a PApressão arterial e a função renal.3

O diagnóstico da EARestenose da artéria renal e a avaliação do grau de envolvimento dela com lesões de órgãos-alvo (LOAlesões de órgãos-alvo) são de fundamental importância não apenas para o diagnóstico, mas também para a escolha do tratamento mais adequado, pois a HTAhipertensão arterial secundária à EARestenose da artéria renal pode ser uma das causas de HTAhipertensão arterial resistente e, como tal, deve ser adequadamente abordada.

  • Objetivo

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar a DRVdoença renovascular como HRVhipertensão renovascular pela simples presença da EARestenose da artéria renal;
  • diferenciar as situações mórbidas anteriormente descritas assim como o seu papel na HTAhipertensão arterial;
  • definir a lesão na artéria renal pelos métodos que são mais custo–efetivos;
  • tomar decisões mais precisas e com resultados mais adequados ao objetivo principal dos cardiologistas, que é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular.
  • Esquema conceitual
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