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HIPOGONADISMO MASCULINO RELACIONADO AO EXERCÍCIO FÍSICO

Adriane Maria Rodrigues

Fernanda Perin Maia Starck

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever a fisiopatologia do hipogonadismo masculino induzido pelo exercício físico;
  • listar as alterações hormonais causadas pelo estresse do exercício físico;
  • descrever o quadro clínico da deficiência hormonal;
  • definir o diagnóstico (associar alterações clínicas e laboratoriais);
  • reconhecer as principais consequências do hipogonadismo;
  • identificar a melhor abordagem terapêutica para os atletas.

Esquema conceitual

Introdução

A atividade física é uma recomendação preconizada por organizações de nível nacional e internacional, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, com benefícios para promoção de saúde, além de prevenção e tratamento de comorbidades. Dessa forma, muitos profissionais de saúde recomendam a prática regular de atividade física.1

Os inúmeros benefícios do exercício físico são conhecidos pela maioria das pessoas, porém, dependendo da intensidade e do tempo de prática, o esforço físico de forma extenuante (por exemplo, atletas que estão realizando treinamento físico em níveis competitivos) pode levar a implicações clínicas significativas em diversos eixos, como sistema nervoso autônomo, eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (eixo HHA), sistemas aminérgicos centrais, sistema límbico, cortical e subcortical e sistema imune. Este capítulo focará a disfunção endócrina, mais especificamente sobre o eixo gonadal e suas consequências, como o hipogonadismo.1,2

A disfunção endócrina mais relacionada ao treinamento físico é a que envolve interrupções no eixo gonadal. Na mulher, essa consequência é bem conhecida e é definida como “tríade da mulher atleta”, associada a cenários de infertilidade, perda de massa óssea, transtornos alimentares e níveis de hormônios gonadais reduzidos. Menos conhecido é o impacto do estresse físico no sexo masculino, porém na atualidade se sabe que há muitas semelhanças entre os aspectos das disfunções reprodutivas que se desenvolvem em ambos os gêneros.1

“Hipogonadismo” é o termo médico designado para redução da atividade funcional das gônadas. O hipogonadismo masculino se caracteriza pela incapacidade de produzir concentrações fisiológicas de testosterona (hormônio reprodutivo masculino), quantidade adequada de espermatozoides ou ambas as funções.1,3

O hipogonadismo masculino primário (insuficiência testicular primária ou hipergonadotrófica) ocorre quando há redução de produção de testosterona por lesão testicular, levando a uma resposta inadequada dos testículos aos estímulos de hormônio liberador de gonadotrofinas (em inglês, gonadotropin-releasing hormone [GnRH]), de hormônio luteinizante (em inglês, luteinizing hormone [LH]) e de hormônio foliculoestimulante (em inglês, follicle-stimulating hormone [FSH]), que se encontram elevados.1 Já o hipogonadismo masculino secundário (hipogonadismo hipogonadotrófico) ocorre quando há alteração no hipotálamo ou hipófise, os testículos geralmente têm função normal, mas ocorre uma redução da secreção hormonal central que estimula os testículos. Sendo assim, observa-se níveis baixos de testosterona, com gonadotrofinas inadequadamente normais ou baixas.1

Ambos os tipos de hipogonadismo podem ter causa hereditária (congênita) ou adquirida (quando se desenvolve ao longo da vida do paciente).1

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