Introdução
A asfixia perinatal é a principal causadora da encefalopatia hipóxico-isquêmica. Estima-se que exista de 2 a 4 recém-nascidos (RNs) com encefalopatia hipóxico-isquêmica para cada mil nascidos vivos a termo, sendo que a taxa de mortalidade, nesses RNs, varia de 15 a 25%.1–3
As mortes relacionadas à encefalopatia hipóxico-isquêmica variam de 0,7 a 1,2 milhões de RNs em todo mundo, com maior ocorrência em países em desenvolvimento. Entre os sobreviventes, 25 a 30% apresentam, como sequela mais importante, a paralisia cerebral, além de retardo mental, déficit de aprendizado em níveis variados e epilepsia, com evidente impacto econômico e social no sistema de saúde.1–3
Em 2010, no Brasil, um total de 10.675 RNs com peso ≥2.500g, sem malformações congênitas, foram a óbito nos primeiros 6 dias após o nascimento por asfixia perinatal. O índice de mortalidade neonatal precoce relacionada à asfixia perinatal foi de 0,65 por mil nascidos vivos.4
A prevenção das sequelas decorrentes da encefalopatia hipóxico-isquêmica é feita pelo manejo obstétrico, prevenindo e tratando as morbidades ante e perinatais, e pelo emprego de estratégias de neuroproteção pós-natal naqueles RNs que apresentam sinais de encefalopatia hipóxico-isquêmica nas primeiras horas após o nascimento.
Entre as várias estratégias utilizadas para neuroproteção da encefalopatia hipóxico-isquêmica, a mais preconizada internacionalmente, no momento, é a hipotermia terapêutica.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- reconhecer a fisiopatologia da asfixia perinatal e da encefalopatia hipóxico-isquêmica;
- identificar qual RN deve receber hipotermia terapêutica;
- aplicar a técnica da hipotermia terapêutica com base na fisiopatologia da asfixia perinatal e da encefalopatia hipóxico-isquêmica;
- reconhecer o procedimento da hipotermia terapêutica.