- Introdução
O hipotireoidismo é uma doença bastante comum, e seu tratamento é realizado por meio da reposição de hormônio tireoidiano. O hipotireoidismo acomete cerca de 2% da população feminina e 0,2% da população masculina.1
A levotiroxina (LT4levotiroxina) sódica é um derivado bioquímico sinteticamente idêntico ao hormônio natural.2 É a formulação mais comum de hormônio tireoidiano utilizada no tratamento do hipotireoidismo, em doses orais suficientes para alcançar níveis séricos normais de tiroxina (T4tiroxina) livre, mostrando-se bastante eficaz para esse fim.3–5
O tratamento do hipotireoidismo é seguro e bem tolerado pela maioria dos pacientes.1 Apesar da longa história de uso da LT4levotiroxina, sua absorção e metabolismo ainda não são completamente conhecidos.6
A dose diária de reposição de LT4levotiroxina, a fim de restabelecer os níveis normais de hormônio estimulante da tireoide (TSHhormônio estimulante da tireoide) para a maioria dos pacientes hipotireóideos é de 1,6–1,8 µg/kg/dia. Alguns pacientes, apesar do aumento gradual da dose de reposição de LT4levotiroxina, persistem com TSHhormônio estimulante da tireoide acima do limite de referência para o exame, sendo classificados como portadores de hipotireoidismo refratário ao tratamento aqueles em uso de doses maiores que 2,5 µg/kg/dia ou mais de 225 µg/dia.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar pacientes com hipotireoidismo refratário;
- reconhecer os fatores que podem interferir na absorção e na ação do hormônio tireoidiano;
- identificar as causas associadas ao hipotireoidismo refratário a fim de indicar tratamento específico, quando necessário;
- reconhecer a necessidade da realização do teste de absorção oral de LT4levotiroxina na suspeita de má adesão ao tratamento.
- Esquema conceitual
