Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever o impacto da COVID-19 no estado nutricional do paciente;
- explicar o impacto de uma boa alimentação na evolução da COVID-19;
- analisar a correlação entre obesidade e prognóstico do paciente hospitalizado com COVID-19;
- reconhecer a importância do tratamento multi e interdisciplinar do paciente com COVID-19, incluindo o acompanhamento pela equipe de nutrição.
Esquema conceitual
Introdução
Os pacientes com estado clínico grave e/ou com COVID-19 necessitam de acompanhamento constante, uma vez que apresentam condições pró-inflamatórias e estresse respiratório em razão da COVID-19. Essas condições estão diretamente relacionadas com a sua situação nutricional, que afeta seu sistema imune.1–6
Há uma prevalência de pacientes acometidos pela COVID-19 com riscos nutricionais e que precisam de internação. Isso é o resultado de uma falta de mobilidade, que leva a alterações catabólicas, como alterações musculoesqueléticas, aumento da necessidade de nutrientes relacionados a um alto estado catabólico e redução da ingestão de alimentos, o que, por sua vez, leva a uma redução na ingestão diária de calorias essenciais.1–6
Diversas doenças crônicas (como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares) e outras características individuais (como idade avançada) geralmente estão associadas a maior risco e prevalência de desnutrição e mau prognóstico clínico.1–6
Na presença de SARS-CoV-2, o desenvolvimento de inflamação e sepse também pode levar a um aumento dessas alterações. As evidências científicas existentes sobre terapia nutricional para pacientes com SARS-CoV-2 e evidências anteriores sobre risco nutricional na presença de doenças virais sugerem que o estado nutricional do paciente deve ser avaliado no momento da admissão hospitalar, e que os pacientes que estão em risco nutricional necessitam de acompanhamento dentro de um prazo determinado e de auxílio por meio de suplementos nutricionais, visando diminuir as complicações e melhorar o prognóstico do paciente.1–6
Para o acompanhamento nutricional são apresentados alguns pontos:1–6
- identificar o estado do paciente;
- indicar as carências nutricionais;
- analisar os sintomas que o paciente apresenta durante o acompanhamento e no momento da avaliação nutricional, sendo que os principais sintomas são
- febre;
- tosse;
- falta de ar;
- dor muscular;
- confusão;
- dor de cabeça;
- dor de garganta;
- rinorreia;
- dor no peito;
- diarreia;
- disgeusia;
- anosmia;
- náusea;
- vômito;
- estabelecer uma programação nutricional adaptada ao quadro clínico do paciente;
- proceder ao auxílio dietético;
- analisar a programação nutricional sempre que possível.