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IMPORTÂNCIA DE EMPODERAR O PACIENTE CIRÚRGICO

Maria Isabel Toulson Davisson Correia

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • discutir o conceito de empoderamento;
  • descrever o impacto do empoderamento do paciente cirúrgico;
  • descrever as ações para empoderar o paciente;
  • avaliar o empoderamento;
  • reproduzir iniciativas para treinar os cirurgiões.

Esquema conceitual

Introdução

O conceito de empoderamento do paciente é relativamente novo no tocante à relação médico–paciente, em particular na área cirúrgica. Empoderar o doente significa que ele tem o potencial de fazer escolhas e ter controle sobre o curso de sua vida, no tocante à doença, especialmente no que concerne ao tratamento.

O processo de empoderamento demanda que o indivíduo tenha habilidades para raciocinar e determinar o que deseja, e, para tal, é fundamental ter conhecimento da situação e de tudo envolvido. De sorte que o paciente empoderado vê o médico não mais como aquele que tem a autoridade única para definir o tratamento, mas, sim, ele (paciente) deve participar da tomada de decisões. Ou seja, é o abandono da ideia “paternalista” assumida pelo médico no cotidiano da prática médica.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o empoderamento é o “processo pelo qual o indivíduo alcança maior controle sobre decisões e ações que afetam a sua saúde”.1,2

É preciso reconhecer que o conceito é muito mais amplo do que somente assumir que o indivíduo empoderado aceitará e seguirá completamente as orientações do médico. Na verdade, compete ao indivíduo empoderado questionar e pensar de maneira crítica sobre as decisões a serem tomadas. Esse pensamento é a antítese da ideia de que médico, por dominar o conhecimento sobre determinado assunto, sabe o que é clinicamente melhor para o doente. Na verdade, o médico até pode saber o que, do ponto de vista técnico, será apropriado para esse enfermo; contudo, isso não significa que é o melhor para a vida do doente.3

O paciente cirúrgico, em especial, beneficiar-se-ia muito se empoderado de forma adequada, uma vez que vários autores relataram melhores desfechos clínicos entre indivíduos que detinham o conhecimento sobre a sua condição clínica.4–8 Tais resultados estão diretamente ligados à melhor adesão do doente ao tratamento, em particular demandando mais analgesia e, logo, melhor controle de dor, tendo mobilização precoce e possibilitando adequada reabilitação. Esses doentes também relatam melhores pontuações em questionários de qualidade de vida. Sendo assim, os cirurgiões deveriam ser adequadamente treinados em relações interpessoais, além de trabalharem com profissionais de outras áreas de assistência, objetivando a excelência do empoderamento de seu paciente.

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