Introdução
A ressuscitação cardiopulmonar (RCPressuscitação cardiopulmonar) é um conjunto de manobras realizado em casos de parada cardiorrespiratória (PCRparada cardiorrespiratória) visando à manutenção do melhor aporte possível de sangue e oxigênio para o corpo humano.1
Sabe-se que, em casos pontuais, as manobras de ressuscitação podem induzir a consciência da vítima ainda sem retorno da circulação espontânea (RCEretorno da circulação espontânea).2 A indução da consciência durante a ressuscitação cardiopulmonar (ICRCPindução da consciência durante a ressuscitação cardiopulmonar) pode se manifestar por meio de3
- respiração espontânea;
- resposta motora;
- consciência;
- dor.
Essas manifestações podem interferir na qualidade das compressões cardíacas ou, até mesmo, levar à interrupção das manobras. Isso corre, pois, geralmente, o paciente vigil rejeita as intervenções da equipe, apresentando aumento da resistência torácica e movimentos combativos à manobra.3 Além disso, há o fator de comoção social associado a esses casos, uma vez que o paciente aparenta estar acordado e consciente, o que pode dar a impressão de que a equipe estaria abordando o paciente de maneira inadequada (realizando RCPressuscitação cardiopulmonar sem indicação).
Na literatura, não consta uma padronização para o manejo dessa condição, o que ocasiona
- checagens excessivas de pulso central;
- administrações não padronizadas de sedação, provocando interrupções que podem comprometer a qualidade da RCPressuscitação cardiopulmonar;
- condutas sem embasamento científico,3,4 que podem diminuir a sobrevida dos pacientes.
A ICRCPindução da consciência durante a ressuscitação cardiopulmonar é um fenômeno reconhecido, desde 2015, pelo International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR). Contudo, ainda é explorada de forma insuficiente na literatura.3
Objetivos
Após a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- conceituar a ICRCPindução da consciência durante a ressuscitação cardiopulmonar, diferenciando-a do RCEretorno da circulação espontânea;
- reconhecer a prevalência da IC e as condições necessárias para que essa ocorra durante a manobra de ressuscitação;
- identificar e conduzir os casos com IC corretamente.