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INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA E GESTAÇÃO

Autores: Geraldo Duarte, Suzi Volpato Fabio, Marília Carolina Razera Moro, Greici Schoereder
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  • Introdução

Frente às evidências que mostram a clara associação entre a infecção pelo vírus zika (ZIKVvírus zika) com a ocorrência de microcefalia,1–5 ficou patente a necessidade de união de forças de profissionais de todas as áreas da saúde para cuidar das pessoas atingidas por essa infecção, sejam elas as mães, seus filhos ou suas famílias.6,7

Não está mais sendo discutido se a infecção pelo ZIKVvírus zika é responsável por agravos embrionários, fetais e neonatais; o que ainda persiste é a dúvida se essa dualidade diagnóstica deriva de uma associação causal pura, acidental ou incidental.8 Por ser um evento relativamente recente na história da medicina, os agravos do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central) decorrentes da infecção pelo ZIKVvírus zika induziram um considerável número de pesquisas e publicações pedagógicas sobre o tema e a criação de vários protocolos assistenciais e de vigilância.9–17

Várias são as teorias de como o ZIKVvírus zika chegou ao Brasil, todas com suas verdades ou ficções. A que parece ser mais aceita, sem ter a pretensão de ser verdade absoluta, é que esse vírus teria chegado com alguns atletas vindos de países, coletividades ultramarinas e protetorados do Pacífico Sul que vieram ao Brasil para participarem de um campeonato de canoagem. O interesse por tais detalhes já passou e, agora, esse é liderado pelo potencial do vírus de provocar agravos orgânicos maternos, embrionários, fetais e neonatais.10

Assim como em todas as publicações sobre a infecção pelo ZIKVvírus zika e a gestação, deve-se assumir o compromisso de que nenhuma informação é definitiva, e que deverá, ao longo do tempo, ser atualizada com o conhecimento agregado ao tema.11

Mesmo nesse regime de transitoriedade, as informações não deverão se afastar do princípio de informar, no limite do conhecimento atual, sobre o cuidado adequado das mães eventualmente acometidas por infecção pelo ZIKVvírus zika e orientar o encaminhamento correto de todas as crianças expostas a essa infecção, e não apenas aquelas com agravos orgânicos ao nascimento, a exemplo das alterações encefálicas e do complexo de alterações denominado síndrome congênita do zika.

O objetivo deste texto é alertar e orientar os tocoginecologistas para a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os riscos da infecção pelo ZIKVvírus zika durante a gestação e a forma de conduzir gestantes expostas ou infectadas por esse vírus.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os riscos da infecção pelo ZIKVvírus zika durante a gestação;
  • conduzir gestantes expostas ou infectadas pelo ZIKVvírus zika;
  • avaliar criticamente a extensão dos malefícios embrionários e fetais da infecção pelo ZIKVvírus zika.
  • Esquema conceitual
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