As infecções associadas aos implantes ortopédicos, sejam as osteossínteses para a correção de fraturas ou as artroplastias para a correção da degerenação articular, são complicações comuns. Porém, quando ocorrem, acarretam grande morbidade e elevados custos para o sistema de saúde, bem como:1,2
- contribuem para aumento do tempo de internação hospitalar;
- duplicam as taxas de re-hospitalização;
- aumentam os custos com a assistência em aproximadamente 300%;
- impactam com diversas limitações físicas, que reduzem a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Em estudos prévios como os de Crowley e colaboradores,3 Zimmerli e Sendi,1 Struijs e colaboradores2 e Trampuz e colaboradores,4 a infecção associada aos implantes ortopédicos apresenta incidência que varia de 1,41% a 40,3%, com taxas diferentes para cada tipo de procedimento (artroplastias quadril e joelho e fixação das fraturas).
Devido às características anatômicas e fisiológicas do tecido ósseo e à presença de microrganismos aderidos aos biofilmes nos implantes infectados, os pacientes com infecções associadas aos implantes ortopédicos podem experimentar um longo tempo em uso de antibióticos e, assim mesmo, as chances de recidivas infecciosas podem ser elevadas, associadas ao elevado risco de prejuízo funcional do membro acometido e da necessidade de múltiplas abordagens cirúrgicas.
Infecções pós-osteossínteses e infecções pós-artroplastias têm características bastante distintas em quase todos os aspectos, incluindo:
- a epidemiologia;
- os fatores de risco;
- as definições específicas;
- os agentes infecciosos mais frequentemente relacionados;
- os critérios de diagnóstico;
- o uso de diferentes modalidades ou tipos de antibióticos.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- identificar a patogenia das infecções associadas aos biofilmes na ortopedia e suas consequentes manifestações clínicas e cirúrgicas;
- reconhecer os microrganismos mais frequentemente associados às osteossínteses e artroplastias infectadas;
- identificar as manifestações clínicas, os métodos laboratoriais, microbiológicos e radiológicos que definem osteossínteses e artroplastias infectadas;
- empregar na prática ortopédica os critérios atuais de definição das osteossínteses e das artroplastias infectadas;
- estabelecer uma rotina adequada de abordagem diagnóstica inicial do paciente com suspeita de osteossíntese e artroplastia infectada, por meio de algoritmo de investigação médica;
- identificar os aspectos que devem ser levados em conta na escolha do tipo de procedimento cirúrgico a serem utilizados;
- reconhecer e implementar as principais medidas de prevenção nas osteossínteses e artroplastias infectadas.
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ATIVIDADE |
1. Sintetize seus conhecimentos sobre a epidemiologia e fatores de risco das infecções associadas às osteossínteses. Compare sua resposta com o texto a seguir.
- Esquema conceitual