- Introdução
O termo metatarsalgia se refere à dor localizada ou difusa sob as cabeças metatarsais. Na prática clínica, no entanto, engloba uma série de patologias que, de forma inespecífica, levam a quadros álgicos no antepé, sejam estes processos locais, sistêmicos, primários ou secundários.
A metatarsalgia é uma das queixas mais comuns no ambulatório do ortopedista. Segundo Viladot,1 80% da população normal em algum momento irá apresentar alguma queixa relacionada ao antepé. A população mais acometida são as mulheres adultas, e essa predileção está provavelmente relacionada ao uso de calçados que aumentam a sobrecarga no antepé, como os de salto alto.2
Regnaud,3 em 1986, propôs classificar as metatarsalgias em 2 grupos principais de acordo com a sua etiologia: metatarsalgias mecânicas e não mecânicas. As mecânicas, segundo os estudos de Viladot,1 são a principal causa de dor, correspondendo a mais de 90% dos casos. Quadros não mecânicos incluem desde patologias sistêmicas, como a artrite reumatoide e a gota, até patologias locais, como doença de Freiberg ou neuroma de Morton, que podem levar a quadros de dor localizada ou difusa, associados a outros sinais e sintomas específicos de cada condição.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- definir metatarsalgia;
- identificar as principais etiologias das metatarsalgias;
- reconhecer que alterações mecânicas do pé levam a quadros de metatarsalgia;
- indicar adequadamente o tratamento das metatarsalgias mecânicas;
- identificar quando suspeitar de causas secundárias de metatarsalgia e como investigá-las;
- reconhecer quando indicar o tratamento não cirúrgico ou cirúrgico e como eles interferem na patologia.
- Esquema conceitual