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INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO

Autor: Janayne Francheska Mançaneira
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar aspectos epidemiológicos da ingestão de corpo estranho pela população pediátrica;
  • realizar a avaliação inicial da criança com suspeita de ingestão de corpo estranho;
  • manejar o caso de acordo com o corpo estranho ingerido.

Esquema conceitual

Introdução

Aproximadamente 98% dos casos de ingestão de corpo estranho ocorrem em crianças, principalmente de forma acidental. Os objetos mais envolvidos são aqueles encontrados no ambiente doméstico, como moedas, brinquedos, joias, ímãs e baterias.1-5

O prognóstico diante da ingestão de corpo estranho pela população pediátrica geralmente é bom. A maioria dos pacientes tolera a passagem do objeto ingerido sem intervenção;3 os corpos estranhos ingeridos passam livremente pelo trato gastrintestinal (TGI) em cerca de 80% das situações. Assim, a remoção endoscópica é necessária em apenas 20% dos casos.1,4,6,7 Mesmo em cenários em que a intervenção é necessária, a mortalidade e a morbidade são baixas.3

Eméticos e relaxantes musculares são ineficazes e potencialmente perigosos no tratamento de crianças com corpos estranhos esofágicos. Da mesma forma, o uso de laxantes para promover a passagem de objetos pelo intestino não se mostrou eficaz.3

Ingestões de alto risco (baterias de botão [BBs] ou de disco, ímãs) podem levar a complicações e, em casos raros, à morte.3 Potenciais complicações incluem1,3,4

  • obstrução;
  • perfuração;
  • sangramento;
  • formação de abscessos;
  • peritonite;
  • formação de fístula.

Menos de 1% dos casos leva a uma perfuração ou obstrução e requer cirurgia.1,4,6,7 De todos os objetos, os que estão mais associados a lesões graves são as baterias maiores à base de lítio, apesar de todos os modelos apresentarem algum risco. Por isso, crianças com suspeita de ingestão de BB devem ser tratadas com urgência.1,3,4 

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