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INTERFACES: VENTILAÇÃO DO PACIENTE NO MODO NÃO INVASIVO EM PEDIATRIA/NEONATOLOGIA

Autor: Werther Brunow de Carvalho
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  • Introdução

Um dos aspectos mais desafiadores em relação à prática do suporte respiratório não invasivo tem sido a interface entre o paciente e o aparelho, entre o circuito do aparelho e a via aérea do paciente e entre os esforços respiratórios do paciente e do aparelho, visto que muitas crianças apresentam lesões cutâneas/desconforto relacionados diretamente à máscara/interface.

A falha em relação à escolha da interface e a assincronia paciente/aparelho de suporte respiratório podem frequentemente determinar um fornecimento subótimo da ventilação e aumentar o risco de falha do tratamento.

Vários fatores interligados podem contribuir com uma evolução não ideal:

 

  • seleção da interface — uma das principais causas de falha da ventilação não invasiva (VNIventilação não invasiva) decorre de questões técnicas da máscara facial, incluindo tamanho incorreto, fixação e pressão sobre a face;
  • extravasamentos — a tolerância limita-se a valores abaixo do dobro da ventilação–minuto do paciente, visto que a eficácia do tratamento é reduzida quando ocorrem níveis acima desse limite;
  • úlcera de pressão (UPúlcera de pressão) — uma das complicações mais bem descritas no tratamento da VNIventilação não invasiva é esse tipo de lesão, embora os avanços relacionados ao desenho da interface, à sua qualidade, e a adoção de rotação da interface possam ajudar a diminuir a sua incidência;
  • máscara — o tipo de máscara é mais importante do que a ventilação aplicada para se obter sucesso no tratamento de pacientes submetidos à VNIventilação não invasiva que tenham falência respiratória hipercápnica.

O manejo da interface, com seleção adequada, colocação e escolha do tamanho apropriado para a criança, tem uma relação com o sucesso ou com o fracasso da VNIventilação não invasiva, assim como com a incidência de lesões relacionadas à sua utilização. Permite, também, um melhor grau de conforto para o paciente (recomenda-se que, dependendo do tipo de sistema utilizado, não se retire os óculos da criança), visto que esse fato é um motivo frequente de interrupção da VNIventilação não invasiva, em função do nível de extravasamento de gás, que terá uma relação com a sincronização criança–aparelho de ventilação pulmonar mecânica (VPMventilação pulmonar mecânica), que também é um fator de risco para a falha do suporte respiratório não invasivo.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • descrever a fisiopatologia e racionalização da utilização da VNIventilação não invasiva;
  • abordar a fisiopatologia da lesão associada com a utilização do sistema de interface de forma atualizada;
  • distinguir as interfaces nasais para VNIventilação não invasiva no recém-nascido (RNrecém-nascido) e na criança;
  • identificar as características e as classes relacionadas às interfaces;
  • determinar qual é a melhor seleção de interface para a VNIventilação não invasiva;
  • reconhecer os tipos de lesão associadas com esses sistemas de interface;
  • racionalizar a prevenção das lesões cutâneas associadas à VNIventilação não invasiva.
  • Esquema conceitual
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