Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- atualizar-se em relação a questões epidemiológicas do uso de substâncias psicoativas no Brasil;
- revisar aspectos diagnósticos relacionados a comorbidades psiquiátricas;
- avaliar a relação entre a TCC e a modalidade on-line;
- diferenciar as modalidades de intervenções on-line para uso de substâncias psicoativas.
Esquema conceitual
Introdução
A modalidade on-line de intervenção para abuso de substâncias recebeu destaque após o início da pandemia da doença do coronavírus 2019 (em inglês, coronavirus disease 2019 [COVID-19]) e após a orientação de isolamento social em praticamente todos os países do mundo. No entanto, as intervenções on-line já vêm sendo foco de pesquisa desde o final da década de 1980.
A modalidade de intervenção on-line pode ser dividida entre as intervenções síncronas (com comunicação ao vivo) — como, por exemplo, a psicoterapia realizada via internet — e também as intervenções assíncronas — mediadas por softwares ou aplicativos, nas quais pode ou não haver contato humano.
As intervenções on-line, utilizando a terapia cognitivo-comportamental (TCC), têm sido amplamente utilizadas para programas de tratamento ou prevenção do uso de substâncias psicoativas, tendo obtido resultados bastante satisfatórios.1 A demanda por atendimentos em saúde tem crescido, principalmente no que diz respeito à saúde mental. Existem grandes índices de prevalência de transtornos mentais, entre eles, o uso de substâncias psicoativas.
No Brasil, fica evidente a dificuldade de acesso da população a serviços de saúde, enfrentando-se dificuldades como estigma em relação ao tratamento, custo (em casos de atendimento privado) e distância geográfica de serviços de saúde. Esses aspectos, entre outros, podem dificultar que muitas pessoas recebam assistência adequada.