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PSICOLOGIA POSITIVA E PSICOTERAPIA: REFLEXÕES SOBRE INTERSECÇÕES

Ana Paula Porto Noronha

Daniela Sacramento Zanini

Monalisa Muniz

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • explicar a psicologia positiva (PP), seus principais autores e fundamentos teóricos;
  • resumir as informações para o conhecimento científico sobre a inteligência emocional (IE);
  • explicar como a IE pode contribuir para os processos psicoterápicos;
  • apresentar, à luz de um estudo de caso, as aproximações entre PP e terapia cognitivo-comportamental (TCC).

Esquema conceitual

Introdução

O presente capítulo abordará três temas que têm chamado muito a atenção do público especializado (e de leigos também). Os três assuntos estão inter-relacionados, a saber, PP, IE e TCC. O primeiro deles (PP) é o mais recentemente estudado no Brasil, e, portanto, ainda com menos tradição e material de subsídio escrito em português. Os outros dois (IE e TCC) são discutidos há muito tempo sob a égide da ciência psicológica, orientação adotada nas páginas que se seguem.

A PP é considerada um movimento científico que despontou no final do século XX, nos Estados Unidos, quando a psicologia já era uma ciência amplamente reconhecida em todo o mundo, ainda que sua produção científica variasse quanto ao menor ou maior desenvolvimento. Mas, se a psicologia era uma ciência estabelecida, qual a necessidade de surgimento de novo movimento? Historicamente, como parte da missão da psicologia, estão:1

  • tratar as doenças mentais (terminologia utilizada mais fortemente na década de 1950);
  • identificar e desenvolver os talentos;
  • tornar a vida das pessoas mais produtiva e feliz.

No entanto, indiscutivelmente o primeiro item mencionado foi mais desenvolvido do que os demais, de modo que a identificação de talentos e a compreensão do que faz com que as pessoas sejam mais felizes não receberam a mesma atenção de psicólogos e pesquisadores. Em razão disso, o presidente da Associação Psicológica Americana (APA), importante instituição científica que representa a psicologia nos Estados Unidos e no Canadá, e serve mundialmente de referência para os psicólogos, no final de década de 1990, Martin Seligman, promoveu o desenvolvimento da PP.1

Seligman defendeu que muito havia sido feito quanto ao tratamento, mas especialmente o entendimento dos aspectos positivos dos indivíduos havia sido negligenciado. Esse foi o marco do surgimento da PP e Seligman recebeu o título de patrono da PP.1

Dentro dos construtos estudados na PP se insere a IE, cujo entendimento é de uma relação harmônica e com benefício recíproco entre o raciocínio e a emoção, compreendendo que a emoção contribui para o processo do raciocínio e que o pensar sobre as emoções propicia uma melhor adaptação ao meio. Com o caminhar do movimento da PP, também há a preocupação com a sua aplicabilidade em diversos contextos, entre eles o da psicoterapia.

Diante do exposto, o objetivo do capítulo é discorrer sobre a PP e sua possibilidade de intervenção, em especial relacionada com a TCC.

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