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INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: EVOLUÇÃO, RETROCESSOS E AVANÇOS DIANTE DOS DESAFIOS ATUAIS

Raphaella Ropelato

Ana Luiza Tanus Poletto Seifert

Luana Leonel Giacomeli

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer o desenvolvimento das unidades de terapia intensiva (UTIs) e suas principais características;
  • aplicar as contribuições da psicologia e de sua inserção na terapia intensiva;
  • identificar as necessidades dos pacientes e familiares durante a internação na UTI;
  • empregar as estratégias desenvolvidas em torno da humanização do cuidado ao paciente crítico;
  • reconhecer as alterações na rotina assistencial psicológica frente à pandemia por COVID-19;
  • reproduzir estratégias de adaptação do trabalho frente aos desafios que a prática hospitalar impõe.

Esquema conceitual

Introdução

A UTI caracteriza-se por ser um ambiente hospitalar altamente especializado e equipado com tecnologias avançadas para o atendimento de pacientes críticos graves, que necessitam de assistência multiprofissional contínua. A atuação da equipe está centrada na segurança do paciente, a fim de minimizar os próprios riscos e estressores inerentes à realidade intensivista.

Com o aumento da complexidade das doenças, crescente avanço tecnológico dos dispositivos de saúde e sistematização de atendimento definida (critérios de admissão e alta, acesso restrito aos pacientes) nas UTIs, discussões sobre a necessidade de direcionar as práticas hospitalares para além dos cuidados voltados ao corpo doente ganharam força. O desafio passa ser o de oferecer atendimento técnico especializado que abranja também demandas subjetivas e humanas dos pacientes, incluindo suas manifestações psicológicas. Tal percepção estende-se aos familiares e/ou acompanhantes.

É nesse contexto que a psicologia hospitalar foi aperfeiçoando sua prática na UTI, com protocolos de avaliação e atendimento voltados para as necessidades psicológicas dos pacientes e familiares que enfrentam subitamente a condição de separação a partir da hospitalização, descrita como um evento vital estressor, capaz de evocar manifestações físicas e emocionais nos envolvidos.

Todos os esforços para inserir familiares no processo de cuidado e participação nas tomadas de decisão foram bastante afetados na vivência da pandemia. Foi preciso “aceitar” o distanciamento para cuidar. Assim, a utilização em excesso de recursos tecnológicos, que foram questionados na evolução do cuidado ao paciente na UTI, trouxe novas possibilidades na aproximação de pacientes e familiares, além de funcionar como instrumento nos processos de comunicação equipe–família. O psicólogo, no protagonismo de mediar e atuar frente aos processos de comunicação, assumiu postura ativa no acolhimento e na preservação dos aspectos emocionais vivenciados na UTI.

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