Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar a etiologia da distonia na infância;
- reconhecer o processo de classificação da distonia na infância;
- listar os principais aspectos relacionados à avaliação da distonia na infância;
- discutir a investigação diagnóstica e as estratégias terapêuticas da distonia na infância.
Esquema conceitual
Introdução
A distonia foi descrita pela primeira vez em 1911, como uma forma peculiar de cãibra responsiva à levodopa. Trata-se de um distúrbio de movimento hipercinético, caracterizado por contrações musculares intermitentes ou sustentadas, frequentemente repetitivas, que causam movimentos ou posturas anormais.1
As contrações musculares intermitentes ou sustentadas podem ser a principal manifestação de uma condição clínica, situação em que é chamada de distonia primária, ou podem ser uma manifestação de um quadro neurológico mais amplo, em que apresenta papel secundário e é considerada apenas um sintoma entre outros.2,3
Mais frequentemente, a distonia inicia ou piora por ação voluntária e tem relação com aumento de ativação muscular. As características clássicas dessa condição envolvem exacerbação ou piora por movimento voluntário ou emoções e melhora completa durante o sono.
Na maior parte das vezes, a distonia é causada por uma disfunção dos gânglios da base, porém pode haver distonia secundária a lesões do cerebelo, córtex ou tronco.
Movimentos distônicos podem causar impacto negativo na qualidade de vida e na capacidade da criança participar, além de comprometer as atividades de vida diária.