Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever a fisiopatologia de lesões oculares perioperatórias;
- identificar os riscos de complicações perioperatórias oftalmológicas;
- destacar a importância do diagnóstico precoce no perioperatório oftalmológico, a fim de minimizar a gravidade e possíveis sequelas;
- estabelecer a conduta inicial nas principais complicações oftalmológicas perioperatórias em cirurgias não oculares.
Esquema conceitual
Introdução
As lesões oculares perioperatórias são raras, ocorrendo em menos de 0,1% das anestesias gerais. Entretanto, correspondem a 2% das demandas contra médicos anestesiologistas.1 Apesar da baixa incidência, as complicações decorrentes dessas lesões podem resultar em sequelas graves.2
Em uma análise de 60.965 pacientes submetidos à cirurgia não ocular, 0,056% sofreram lesões oculares, e a mais prevalente foi a abrasão da córnea. Em apenas 21% dos casos foi identificada uma causa específica de lesão.2
Outras complicações encontradas foram:2
- conjuntivite;
- visão turva;
- olho vermelho;
- lesão química;
- trauma direto;
- perda visual.
Algumas complicações perioperatórias estão relacionadas apenas à anestesia ou à cirurgia, mas a maioria delas está relacionada a uma complexa interação entre anestesia, cirurgia, comorbidades e fatores humanos.
A gestão bem-sucedida de uma complicação baseia-se no reconhecimento de que ela ocorreu, seguido por condutas que exigem conhecimentos e competências técnicas para minimizar as suas consequências.