Entrar

MANEJO DO PACIENTE COM DOENÇA VALVAR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores: Nestor Cordeiro dos Santos Neto, Hildegard Loren Rebouças Santos
epub-BR-PROAMI-C18V1_Artigo2

Introdução

O coração dos vertebrados é composto por quatro câmeras, que são responsáveis por receber e bombear sangue para o organismo, que, graças à presença de válvulas, mantém o fluxo unidirecional. Alterações morfológicas dessas estruturas ocasionam alterações hemodinâmicas, que, clinicamente, variam desde quadros assintomáticos até o colapso circulatório ameaçador à vida.

As doenças valvares permanecem relevantes do ponto de vista epidemiológico, em decorrência da frequência, da morbidade e mortalidade e dos custos ao sistema de saúde. No Brasil, a principal causa é a doença reumática, seguida de lesões degenerativas. Essas últimas são cada vez mais comuns; tendo em vista o envelhecimento da população, o que aproxima, epidemiologicamente, o Brasil dos países mais desenvolvidos.1

A disfunção miocárdica é a progressão natural das valvopatias, sendo essas a quarta causa de insuficiência cardíaca, de acordo com o primeiro registro brasileiro de insuficiência cardíaca aguda, o BREATHE, de 2015.2

Diversas situações podem ser responsáveis pela apresentação grave dos doentes com doença valvar: deterioração aguda — endocardite infecciosa (EI), isquemia valvar e trauma — e progressão natural da valvopatia crônica, com desenvolvimento de insuficiência cardíaca, e valvopatia crônica, com sintomas deflagrados por eventos agudos, como arritmias, infarto agudo do miocárdio (IAM), EI e outros quadros infecciosos.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer as alterações fisiopatológicas das doenças valvares que servirão de alicerce para uma melhor compreensão clínica e para a base terapêutica;
  • definir o melhor método diagnóstico e a indicação de exames invasivos;
  • elaborar um roteiro de cuidados, apontando os pontos principais para a estabilização do paciente com quadro sintomático agudo;
  • considerar com mais frequência a EI nas hipóteses diagnósticas, evitando, assim, abordagens tardias;
  • reconhecer e discutir a necessidade de tratamento intervencionista com a equipe multidisciplinar, como cirurgiões cardiovasculares e hemodinamicistas;
  • adequar o tratamento para outras doenças levando em consideração a presença de doenças valvares.

Esquema conceitual

×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login