Introdução
Infecções nosocomiais são um desafio aos profissionais e à saúde pública, podendo afetar 5 a 15% dos pacientes hospitalizados e 9 a 37% dos pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI).1
A sepse segue sendo a maior causa de morte em UTI não cardiológicas, e infecções correspondem a grande parte dos custos de uma UTI. O uso amplo de dispositivos invasivos em pacientes submetidos a procedimentos de alta complexidade, cirurgias de grande porte e politraumatizados, além de maior frequência de comorbidades compõem o cenário ideal para infecções nosocomiais.
A administração adequada de antibióticos nos pacientes críticos inclui não apenas o tratamento rápido, mas também a escolha e a prescrição com respeito a suas características farmacocinéticas (PK) e farmacodinâmicas (PD) a fim de evitar a administração desnecessária de antibiótico de amplo espectro, diminuindo a duração de sua administração, e reduzir o número de pacientes que recebem terapia antibiótica indevida.2
Para otimizar o tratamento antimicrobiano nos pacientes de UTI, é fundamental:
- identificar fatores de risco para resistência bacteriana;
- iniciar terapia antimicrobiana empírica apropriada;
- utilizar dosagens com base em conceitos PK/PD;
- descalonar e suspender precocemente antimicrobianos.
Neste capítulo, serão abordados os principais pontos do diagnóstico ao tratamento otimizado de pacientes admitidos na UTI.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer os principais pontos do diagnóstico ao tratamento otimizado de pacientes admitidos na UTI;
- identificar fatores de risco para resistência bacteriana;
- indicar terapia antimicrobiana empírica apropriada;
- reconhecer conceitos PK/PD para dosagem de antimicrobianos;
- identificar a necessidade de descalonar e suspender precocemente antimicrobianos.