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SUPORTE DIALÍTICO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Autores: Edmilson Leal Bastos de Moura, Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz
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Introdução

A lesão renal aguda (LRA) pode ser definida como a perda abrupta das funções renais, em dias ou semanas, cursando comumente com elevação dos níveis séricos de creatinina, diminuição do débito urinário e distúrbios hidreletrolíticos e acidobásicos.1

Em pacientes críticos, a ocorrência de LRA geralmente é multifatorial e está associada a insuficiências orgânicas e distúrbios hidreletrolíticos e acidobásicos.

A LRA que se instala ou se agrava em ambiente hospitalar é mais grave do que a adquirida na comunidade, predominando a ocorrência de necrose tubular aguda (NTA), geralmente de etiologia multifatorial (em decorrência de sepse, isquemia, nefrotoxicidade, choque circulatório, entre outros fatores). Nesse contexto, a LRA pode conduzir à necessidade de suporte dialítico em 70% dos casos, atingindo taxas de mortalidade acima de 50% nos pacientes críticos.2,3

Atualmente, a ocorrência de LRA é entendida como um marcador independente de morbidade e mortalidade. Os pacientes que sobrevivem a episódios de LRA têm maior risco de evolução para doença renal crônica (DRC) e diálise, sobretudo idosos e portadores de DRC prévia.4

Estudos têm evidenciado uma incidência de LRA de 3 a 20% em pacientes hospitalizados e de 30 a 60% em pacientes críticos em unidades de terapia intensiva (UTI).5,6 A incidência dessa condição tem se mostrado crescente na literatura. Algumas das explicações possíveis são1,7

 

  • rápido envelhecimento populacional (associado a uma menor reserva renal funcional);
  • prevalência crescente de comorbidades (como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares);
  • aumento de fatores de risco associados (como sepse, contraste radiológico, medicações nefrotóxicas e cirurgias prolongadas).

As terapias dialíticas passaram por profundas transformações nos últimos anos. Nesse período, vários avanços promoveram seu crescente uso, associados ao aumento da complexidade dos pacientes críticos que delas necessitam. Apesar dos recentes avanços tecnológicos no suporte nefrológico intensivo, a mortalidade por LRA permanece alta, constituindo um dos grandes desafios atuais da medicina.

Neste capítulo, serão abordados os seguintes tópicos:

 

  • histórico do uso de diálise em terapia intensiva;
  • modalidades de diálise;
  • atual estado das terapias dialíticas em pacientes graves;
  • possíveis avanços na área de terapias dialíticas.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer alguns dos marcos da evolução das terapias dialíticas desde sua descoberta;
  • identificar os métodos dialíticos utilizados na UTI;
  • reconhecer, dentro das controvérsias ligadas ao tema, as possíveis indicações de diálise;
  • descrever pontos debatíveis das terapias dialíticas praticadas na UTI;
  • indicar avanços aguardados acerca das terapias dialíticas.

Esquema conceitual

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