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MARCADORES DE LESÃO RENAL AGUDA EM PEDIATRIA/NEONATOLOGIA

Autores: Nilzete Liberato Bresolin, Alexandre Braga Libório, Candice Torres de Melo Bezerra Cavalcante
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Introdução

A lesão renal aguda (LRAlesão renal aguda) deve ser reconhecida como uma importante síndrome que, comumente, acomete pacientes gravemente enfermos, representa um problema devastador em pacientes em unidade de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva) e apresenta risco de comprometimento renal crônico em longo prazo.1-3

A maioria dos eventos ocorre em associação com doenças sistêmicas, tais como:

 

  • sepse;
  • doenças onco-hematológicas;
  • pós-operatório de cirurgia cardíaca;
  • politraumatismo;
  • nefrotoxinas endógenas e exógenas;
  • diferentes tipos de choque.

As medicações que interferem com a hemodinâmica renal e as doenças renais primárias são, também, fatores causais de LRAlesão renal aguda.4 Em pacientes gravemente enfermos, a fisiopatologia da LRAlesão renal aguda é, na maioria das vezes, multifatorial e relacionada à combinação de múltiplos fatores, como:5-7

 

  • dano por isquemia e reperfusão;
  • comprometimento de homeostase vasomotora renal;
  • estresse hipóxico e oxidativo;
  • efeitos guiados por liberação de citocinas.

Recém-nascidos (RNrecém-nascidos) criticamente enfermos apresentam risco maior de apresentar LRAlesão renal aguda, pois, geralmente estão expostos a medicações nefrotóxicas e infecções graves que levam à disfunção de múltiplos órgãos.8 Alguns grupos merecem atenção ainda maior, como, por exemplo, os asfixiados, os prematuros e aqueles com cardiopatias congênitas, submetidos à cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea (CECcirculação extracorpórea).9-18

Embora muitos estudos tenham sido publicados recentemente sobre a epidemiologia da LRAlesão renal aguda em crianças mais velhas, apenas poucos deles avaliaram a incidência e a importância clínica em neonatos. Isso, em parte, deve-se às dificuldades para o diagnóstico de LRAlesão renal aguda na população neonatal. Devido às particularidades da fisiologia neonatal, ocorre uma dificuldade para interpretação das alterações na creatinina sérica e diurese.

Apesar dos avanços em cuidados nefrológicos e intensivos, observa-se que a mortalidade em LRAlesão renal aguda, independentemente da faixa etária estudada, permanece bastante elevada, com taxas que variam entre 30 e 57%, segundo dados de estudos recentemente publicados.4,6,7 Uma possível explicação para esse fato pode estar nas diferentes definições de LRAlesão renal aguda, entidade cujo diagnóstico tem por base o uso de marcadores convencionais da função renal, isso é, ureia e creatinina. Esses marcadores apresentam limitações e não refletem as alterações da taxa de filtração glomerular (TFGtaxa de filtração glomerular) em tempo real.19

Objetivos

Ao final do artigo, o leitor poderá

 

  • identificar neonatos e crianças em risco de desenvolver LRAlesão renal aguda;
  • conhecer os novos critérios de diagnóstico e classificação da LRAlesão renal aguda;
  • reconhecer os fatores que interferem na dosagem sérica da creatinina em neonatos e crianças;
  • conhecer os novos biomarcadores de LRAlesão renal aguda e sua aplicabilidade em neonatos e crianças.

Esquema conceitual

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