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Menopausa: mudanças no sistema imunológico e evolução da esclerose múltipla

Maria Cecília Aragon de Vecino

Francine Würzius de Quadros

Stephanie Jauquin de Abreu

Camila Batista Rossi

Ana Selma Picoloto

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer como a menopausa afeta a cascata hormonal em mulheres com esclerose múltipla (EM);
  • descrever como as alterações hormonais refletem no curso da EM;
  • explicar como ocorre a progressão clínica da EM durante a menopausa.

Esquema conceitual

Introdução

Os fatores hormonais desempenham papel significativo tanto na prevalência quanto na evolução e desfechos da EM, refletindo em maior casuística feminina, em uma proporção de 3 mulheres para 1 homem.1,2

Essa influência pode ser observada nas alterações no curso da doença durante as diferentes fases da vida reprodutiva da mulher. Os hormônios sexuais sabidamente estão envolvidos nas alterações de percurso da doença ao longo da vida, uma vez que os períodos de maior exposição a eles (puberdade, gestação, puerpério) estão associados a mudanças importantes no curso da doença.3

Nas últimas décadas, houve crescente interesse em investigar a relação entre os hormônios sexuais e a maior incidência da EM em mulheres em comparação com os homens.4 Acredita-se que uma resposta autoimune mais robusta nas mulheres seja a principal causa dessa diferença. Corroborando esses achados, evidências indicam aumento exclusivo na incidência de EM em mulheres nos últimos anos. Portanto, os eventos relacionados à vida da mulher, incluindo a menopausa, desempenham papel essencial no contexto dos pacientes com EM.

O evento fisiológico mais impactante na vida de qualquer mulher, que representa o fim de sua capacidade reprodutiva, é a menopausa. Ela tem impacto igual ou superior na vida das mulheres com EM.5