Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- refletir sobre o monitoramento do paciente portador de diabetes melito (DM) na Atenção Primária à Saúde (APS);
- ressignificar a prática profissional no cuidado com o paciente portador de DM no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
- reconhecer as estratégias interdisciplinares e multiprofissionais para monitoramento do paciente portador de DM;
- identificar as dificuldades de adesão ao tratamento e monitoramento do paciente portador de DM na APS.
Esquema conceitual
Introdução
O DM é um transtorno metabólico de várias etiologias, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios do metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou ação da insulina.1 É uma condição crônica, de crescente prevalência mundialmente, que implica desfechos cardiovasculares e cerebrovasculares. Esse crescimento do número de pacientes diabéticos impacta economicamente nos serviços de saúde, como consequência dos custos para tratamento da doença e suas complicações (por exemplo, hospitalizações, diálise por insuficiência renal crônica e cirurgias para amputação de membros inferiores).
O DM é uma condição de saúde sensível à APS, e o seu bom manejo, associado a estratégias de educação em saúde, promoção e prevenção de complicações, proporciona qualidade de vida às pessoas com a doença. Em uma APS forte, constituída por equipe multiprofissional e interdisciplinar, o paciente encontra apoio para as mudanças de estilo de vida, pautadas na autonomia e no acolhimento de suas necessidades individuais.
Neste capítulo, serão abordadas a construção de estratégias eficazes para controle adequado do DM e a conquista de espaço pelo profissional da enfermagem na educação em saúde, intervindo em fatores de risco como obesidade, tabagismo, sedentarismo na comunidade, por meio do rastreamento de paciente ainda sem diagnóstico de DM e do monitoramento dos diabéticos. O profissional da enfermagem contribui para mudança de uma realidade fortemente encontrada na APS, que é a baixa adesão ao tratamento e ao monitoramento do DM.