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MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL

Autores: Rodolfo de Carvalho Pacagnella, Marcella Pase Casasola
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • discutir as causas de mortalidade materna no Brasil;
  • reconhecer a mortalidade materna como um indicador social da mulher além de uma medida de mortalidade.

Esquema conceitual

Introdução

A mortalidade materna é uma triste realidade que ainda afeta milhares de mulheres em todo o mundo. Embora se tenha avançado em muitos aspectos da medicina e da saúde pública, ainda há muito a ser feito para garantir que as mulheres tenham acesso a cuidados obstétricos adequados e seguros.

A mortalidade materna é definida como a morte de uma mulher durante a gravidez, o parto ou nos 42 dias após o parto.

Embora seja uma realidade comum em países de baixa renda, ainda é uma questão preocupante em muitos países de média e alta renda. As causas da mortalidade materna são complexas e incluem questões clínicas, como problemas médicos pré-existentes e complicações durante a gravidez e o parto, a falta de acesso a cuidados de saúde adequados e seguros, a discriminação de gênero e a falta de investimento em saúde pública.

A falta de acesso a cuidados de saúde adequados e seguros é um dos principais contribuintes para as causas da mortalidade materna. Isso é inclusive consequência de discriminação de gênero. A condição e a vulnerabilidade clínicas de uma mulher durante a gestação é uma questão biológica, mas a falta de cuidados adequados às necessidades próprias desse momento de seu ciclo de vida é uma questão de gênero. As mulheres são frequentemente vistas como de menor importância em muitas sociedades, e isso significa que suas necessidades não são levadas em consideração. Isso se reflete na falta de investimento em serviços de saúde para mulheres e na falta de profissionais de saúde capacitados e comprometidos com a saúde das mulheres.

A redução da mortalidade materna é uma prioridade global, e já foram realizados esforços significativos para melhorar a saúde materna em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações internacionais têm trabalhado para melhorar o acesso à saúde materna e aumentar a conscientização sobre a importância da saúde materna. Além disso, muitos países estão implementando políticas e programas para melhorar a saúde materna, incluindo o fortalecimento dos serviços de saúde e a ampliação do acesso a cuidados de saúde de qualidade para as mulheres grávidas.

Segundo o relatório da OMS,1 em 20 anos, houve uma redução de cerca de 34% na razão de mortalidade materna (RMM) mundial, passando de 339 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2000 para 223 mortes em 2020, mas ainda com muita disparidade entre países e regiões. Porém, entre 2015 e 2020, pouca mudança foi observada na redução da mortalidade materna em nível mundial, indicando uma estagnação da tendência de queda.

Nesse sentido, ainda há muito a ser feito para reduzir a mortalidade materna e garantir que todas as mulheres tenham acesso a cuidados de saúde adequados durante a gravidez e o parto. É importante que as comunidades, os governos e as organizações internacionais continuem a trabalhar juntos para abordar as barreiras que impedem o acesso à saúde materna e para promover políticas e programas efetivos que possam salvar vidas.

Para reduzir a mortalidade materna, é crucial que investimentos em saúde pública sejam priorizados, incluindo o aumento do número de profissionais de saúde capacitados e a melhoria da qualidade dos serviços de saúde disponíveis para as mulheres. Além disso, é importante que sejam feitas mudanças culturais para combater a discriminação de gênero e garantir que as mulheres sejam vistas conforme suas necessidades.

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