■ Introdução
O diabetes gestacional é uma das complicações mais frequentes da gestação e é tradicionalmente definido como a intolerância aos carboidratos, independentemente da severidade, que se inicia ou é pela primeira vez diagnosticada durante a gestação.1
A prevalência do diabetes gestacional é diretamente proporcional à prevalência do diabetes tipo 2 na população; portanto, deve seguir a curva ascendente de prevalência que vem sendo observada no diabetes tipo 2, associada ao aumento da obesidade e do sedentarismo.2 No Brasil, a prevalência do diabetes gestacional, em meados da década de 1990, foi estimada em 7,6% das gestantes atendidas na rede pública segundo o Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional.3
O diabetes gestacional está associado ao aumento nas complicações, como:
- ■ macrossomia fetal;
- ■ distocia de ombro no parto;
- ■ hipoglicemia;
- ■ disfunção respiratória neonatal.
Na gestante, o diabetes associa-se ao aumento de complicações como hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia, além da elevação dos índices de cesariana e do desenvolvimento posterior de diabetes tipo 2.
O diagnóstico e o manejo do diabetes gestacional permanecem como foco de discussão acadêmica e de incerteza na prática clínica.
■ Objetivos
Após a leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- ■ identificar os principais métodos e critérios diagnósticos empregados atualmente para o diabetes gestacional;
- ■ reconhecer o novo critério universal proposto pela International Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSGInternational Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups) para diagnóstico e classificação do diabetes gestacional;
- ■ identificar as vantagens e desvantagens do novo critério diagnóstico do diabetes gestacional;
- ■ avaliar as consequências na prevalência e no manejo clínico do diabetes gestacional a partir do novo critério diagnóstico.
■ Esquema conceitual