Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a anatomia básica relevante para a adequada avaliação do câncer de reto pela ressonância magnética (RM);
- reproduzir o protocolo ideal para avaliação do câncer de reto, no intuito de aumentar a sensibilidade do estadiamento local;
- identificar os principais pontos que devem ser relatados no laudo radiológico do estadiamento do câncer de reto, bem como no reestadiamento após quimiorradioterapia (QRT), que serão determinantes na condução do caso pela equipe clínico–cirúrgica.
Esquema conceitual
Introdução
O câncer colorretal, no presente, é o segundo câncer que mais atinge tanto o sexo masculino quanto o feminino, perdendo apenas para o câncer de próstata nos homens e o de mama nas mulheres.1 Observa-se um aumento na incidência em pacientes jovens mundialmente. No Brasil, o câncer de reto ocupa a terceira posição em mortalidade em ambos os sexos.2
Nos últimos anos, a prevalência do câncer de reto tem aumentado em países desenvolvidos quando comparado a países em desenvolvimento, sendo que a taxa de mortalidade em países desenvolvidos tem sido menor, em virtude, provavelmente, de programas de rastreamento mais bem aplicados, bem como de um melhor acesso ao estadiamento bem definido e do tratamento realizado de maneira correta.
Apesar da importante melhora do estadiamento do câncer de reto pela RM, com significativas melhorias na técnica e consequente melhor qualidade de imagem, o estadiamento do câncer de reto ainda é um desafio na prática diária do radiologista.
O aspecto primordial no estadiamento do câncer de reto é o conhecimento da anatomia e das variações anatômicas do compartimento pélvico posterior, devendo-se reconhecer a anatomia normal para saber identificar e relatar de forma correta o patológico.
É de extrema importância que o médico radiologista saiba reconhecer o protocolo ideal de RM do reto indicado para estadiamento e reestadiamento do tumor primário, devendo saber as sequências e os cortes básicos obrigatórios, os recomendados e os não indicados.
Outro aspecto imprescindível na avaliação do câncer de reto é saber reconhecer as principais alterações que irão indicar a presença de tumor primário, bem como as alterações esperadas na resposta ao tratamento quimiorradioterápico.
Atualmente, o tratamento do câncer de reto passou de decisões centradas na especialidade cirúrgica para decisões multidisciplinares, tornando-se o radiologista um dos pilares principais nesse processo, sendo essencial tanto no estadiamento quanto na avaliação de resposta ao tratamento.