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NEURODESENVOLVIMENTO DO RECÉM-NASCIDO COM ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA

Ruth Batista Bezerra

Silvana Alves Pereira

Amanda de Melo Cândido

epub-BR-PROFISIO-PED-C9V3_Artigo4

Introdução

A encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHIencefalopatia hipóxico-isquêmica) é um termo descritivo para uma lesão grave do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central), em neonatos nascidos com mais de 35 semanas de idade gestacional (IGidade gestacional), secundária à asfixia perinatal.1,2

Trata-se da causa mais comum de lesão cerebral adquirida no período neonatal, e manifesta-se como uma disfunção neurológica que apresenta os seguintes sintomas:1,2

 

  • dificuldade em iniciar e manter a respiração;
  • depressão de tônus e reflexos;
  • nível subnormal de consciência;
  • má alimentação;
  • convulsões.

As consequências da EHIencefalopatia hipóxico-isquêmica são permanentes e consideradas as principais causas de morbidade e incapacidades ao longo da vida, com uma prevalência de 2,9 por 1 mil crianças.3 Aproximadamente, 30% dos recém-nascidos (RNs) que sofrem de EHIencefalopatia hipóxico-isquêmica não sobrevivem e 20 a 40% dos sobreviventes desenvolvem deficiências neurológicas crônicas. Os sobreviventes, geralmente, sofrem de deficiências de desenvolvimento neuropsicológico a longo prazo, como paralisia cerebral (PCparalisia cerebral) e comprometimento cognitivo.4

Devido às altas implicações financeiras e sociais para as famílias, a sociedade e os cuidados com a saúde, proteger o cérebro do RN de lesões perinatais tornou-se uma prioridade global em saúde.1,3 Todavia, as causas que levam à EHIencefalopatia hipóxico-isquêmica são complexas e permanecem pouco compreendidas; ainda não está claro se a prevenção deve se concentrar mais em fatores patogênicos pré-natais ou no intraparto.4

Os estudos mostram que entre os fatores de risco pré-natal estão4

 

  • a idade materna avançada;
  • o tratamento de infertilidade;
  • a restrição de crescimento intrauterino;
  • a hipertensão materna.

Com relação aos eventos intraparto, os fatores de risco conhecidos são4

 

  • o descolamento da placenta;
  • a ruptura uterina.

O acompanhamento de crianças com EHIencefalopatia hipóxico-isquêmica deve ser multidisciplinar e individualizado, e deve adaptar-se às necessidades da criança e de sua família.5

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir EHIencefalopatia hipóxico-isquêmica e reconhecer sua etiologia;
  • classificar os riscos do neurodesenvolvimento para o RN;
  • identificar o diagnóstico diferencial clínico;
  • descrever os protocolos de resfriamento;
  • listar o programa de seguimento.

Esquema conceitual

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