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NEUTROPENIA FEBRIL: UMA EMERGÊNCIA MÉDICA

Autores: Aline Camille Yehia, Sarah Ananda Gomes, Ana Paula de Paiva Resende
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  • Introdução

A associação entre a depleção de granulócitos, febre, toxicidade e faringite severa (angina agranulocítica) surgiu definitivamente na literatura médica há mais de 100 anos, descrita por Schwarz (“einfall von extremer Leukopenie”). As primeiras descrições de granulocitopenia foram relacionadas à intoxicação por arsênico, benzeno ou à infecção. No entanto, a análise desses casos mostra que a infecção geralmente era uma consequência muito mais do que a causa da granulocitopenia.

Embora haja uma contribuição de causas congênitas e adquiridas (incluindo algumas infecções, como parvovírus, deficiências nutricionais, deficiência de cobre e doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide), são os medicamentos que desempenham o maior papel em causar neutropenia.1 Entre as mais de 70 drogas documentadas, os agentes quimioterápicos são os mais comuns, por toxicidade direta às células da medula óssea.

Pacientes neutropênicos podem se apresentar sépticos, com comprometimento hemodinâmico, porém sem febre, como no caso dos idosos ou pacientes em corticoterapia. Todos os pacientes com febre após quimioterapia devem ser gerenciados como neutropênicos febris e receber antibióticos empíricos sem aguardar a confirmação laboratorial da contagem de neutrófilos. As evidências têm demonstrado que a pronta administração de antibióticos é associada com uma redução significativa na mortalidade. A abordagem do paciente em risco de neutropenia ou neutropênico, ou neutropênico febril, é dinâmica e envolve a profilaxia, o diagnóstico, a terapia antimicrobiana precoce e tratamento de suporte.

  • Objetivos

Após a leitura desse artigo, espera-se que o leitor possa:

 

  • conhecer as definições e saber identificar um paciente com neutropenia febril (NFneutropenia febril);
  • reconhecer a NFneutropenia febril como uma emergência médica e realizar a abordagem inicial adequada;
  • familiarizar-se com as possíveis fontes de infecção e com os agentes predominantes na NFneutropenia febril;
  • saber diferenciar os pacientes de alto e de baixo risco e prescrever a antibioticoterapia adequada para cada grupo;
  • identificar as situações clínicas nas quais uma classe de droga ou combinação particular seria mais adequada;
  • identificar os casos suspeitos de infecção fúngica e aprender como a terapia apropriada deve ser instituída;
  • saber como os fatores de crescimento hematopoiético devem ser usados na NFneutropenia febril.
  • Esquema conceitual
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