- Introdução
Existem 3 classes principais de fluidos para reposição em pacientes com choque hipovolêmico: soluções cristaloides, soluções coloides (por exemplo, a albumina) e hemoderivados. A escolha da reposição depende, em parte, do tipo de fluido que foi perdido, por exemplo, hemoderivados estão indicados em pacientes que estão com hemorragias.
A escolha entre os coloides e os cristaloides não é tão evidente assim, e ambos são usados na reposição do déficit de fluidos extracelulares. Em geral, cristaloides são mais utilizados do que os coloides no manejo de pacientes com depleção volêmica severa, não ocasionada por sangramento. As soluções salinas parecem ser tão eficazes quanto os outros cristaloides e/ou soluções coloides, além de serem muito mais baratas.1 Porém, novos estudos dão suporte e preferência ao uso de coloides para o tratamento de choque hipovolêmico em determinadas situações.
Nas últimas décadas, pesquisas sobre a albumina e sua administração em pacientes críticos aumentou consideravelmente. É importante salientar que 40% de todas as publicações sobre esse tema estão concentradas nos últimos 10 anos.
A administração de fluidos intravenosos para manter ou aumentar o volume intravascular é uma intervenção muito comum em unidades de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva), porém há incertezas se a escolha do fluido influencia significativamente na morbimortalidade do paciente. Em 1998, uma metanálise publicada pela Cochrane Injuries Group Albumin Reviewers sugeriu que a administração de albumina resultou em um aumento absoluto na mortalidade de 6% quando comparado com a reposição com cristaloides.2 Porém, como foi uma revisão baseada em pequenos estudos e com poucas mortes, diversos novos estudos foram surgindo sobre o tema.
Metanálises subsequentes foram demonstrando resultados conflitantes, fato que levou a condução de grandes estudos multicêntricos, sendo o mais importante deles, o estudo SAFE,3 que mostrou que a infusão de albumina a 4% é comparável à solução salina 0,9% para a ressuscitação volêmica em pacientes na UTIunidade de terapia intensiva.
A dúvida clínica entre a escolha de cristaloides e coloides ainda permanece na prática da maioria dos serviços. Os resultados dessas novas metanálises, entretanto, mostraram para a comunidade científica que não se trata de uma questão generalista, mas individualizada para situações clínicas específicas, e sua escolha deve ser criteriosa. Para facilitar nossa decisão futura, além de discutir neste artigo as principais indicações clínicas do uso da albumina, é necessária uma breve revisão da fisiologia dessa proteína no nosso organismo.
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1. Comente sobre a dúvida na escolha entre coloides e cristaloides.
2. Sintetize seus conhecimentos sobre a fisiologia da albumina. Compare sua resposta com o texto a seguir.
3. Mencione estudos que embasam atualmente o uso de albumina. Compare sua resposta com o texto a seguir.
- Objetivos
Após a leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa:
- compreender os principais estudos sobre a reposição volêmica com albumina;
- avaliar as indicações do uso de albumina para reposição de fluidos;
- conhecer as contraindicações do uso de albumina.
- Esquema conceitual